A operadora Vodafone informou que, na sequência da não concretização da venda do grupo Media Capital, que detém a TVI, pela espanhola Prisa à Altice, retirou a providência cautelar interposta contra o negócio, aplaudindo este desfecho.
“A Vodafone Portugal considera que este é o desfecho que mais favorece os consumidores, a concorrência, o bom desenvolvimento dos setores de media e telecomunicações e o país”, refere a empresa em resposta escrita à agência Lusa sobre a notícia hoje confirmada ao mercado pelo grupo espanhol Prisa, de que desistiu da venda da Media Capital à Altice.
Aludindo à ação principal e à providência cautelar interpostas no final de março junto da Autoridade da Concorrência (AdC) para suspender a análise deste regulador ao negócio, a Vodafone adianta que tais instrumentos “deixarão de ter razão de ser, motivo pelo qual […] serão retirados”.
No domingo, um ano depois da proposta de compra feita pela Altice e dias após o fim do prazo apontado para concretizar o negócio, a TVI noticiou que a Prisa iria deixar cair a venda da Media Capital sem esperar pela decisão da Autoridade da Concorrência (AdC).
Esta desistência foi hoje confirmada ao mercado pela Prisa, tanto em Espanha como em Portugal.
A Altice anunciou em julho do ano passado que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para a compra da Media Capital, dona da TVI, entre outros meios, por 440 milhões de euros.
No final de maio deste ano, a AdC informou que tinha rejeitado os compromissos apresentados pela Altice para a compra da Media Capital por entender que “não protegem os interesses dos consumidores, nem garantem a concorrência no mercado”.
Reagindo ao anúncio, em 29 de maio, a Altice Portugal manifestou discordância perante a posição do regulador, afirmando não estar disponível “para apresentar quaisquer outros” compromissos.
Antes, em 15 de fevereiro deste ano, a AdC abriu uma investigação aprofundada à compra da Media Capital por considerar existirem “fortes indícios” de que a operação poderá resultar em “entraves significativos à concorrência”.
Já em outubro passado, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), na altura liderada por Carlos Magno, não chegou a consenso sobre o negócio, apesar de os serviços técnicos da entidade terem dado parecer negativo ao negócio.
Com o ‘não parecer” da ERC, que seria vinculativo para o negócio – a falta de consenso gerou fortes críticas ao presidente da altura –, o processo passou para a alçada da AdC.
A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), por sua vez, em setembro passado, que a compra da dona da TVI não deveria ter lugar “nos termos em que foi proposta”, devido aos entraves à concorrência.
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