A Fórmula 1 (F1) tem sofrido alterações desde que os direitos de transmissão televisiva passaram para a Liberty Media, em 2016. A prova rainha do automobilismo informou na última semana que teve uma audiência global de 352.3 milhões de pessoas em 2017. Um número normal, não fossem os 390 milhões de espectadores registados em 2016.
Como explicar uma diminuição de quase 40 milhões de pessoas na audiência da Fómrula 1 em apenas um ano? De acordo com o espanhol “Expansión”, a culpa é do método de contagem da audiência. É que até 2016 eram utilizados dados apenas dos dez principais mercados da F1, a partir dos quais se extrapolava a audiência global dos 200 países que habitualmente transmitem a competição. Agora, os dados são referentes aos 63 maiores mercados, que se traduzem em 352.3 milhões de pessoas que vê a F1 em todo o mundo.
E ainda que a F1 tenha registado uma diminuição na audiência, o valor global poderia ser mais baixo não fosse o detalhe de a organização contar como espectador qualquer pessoa que tenha assistido a, pelo menos, 15 minutos da transmissão da prova ao longo do ano.
O caso poderá ter uma agravante: os patrocinadores. Em 2012 a audiência registada estava na ordem dos 500 milhões de espectadores e, agora, não chega sequer aos 400 milhões, a F1, cuja popularidade não foi beliscada, poderá perder espaço enquanto veículo publicitário, visto que a perda de espectadores deixa sempre algum rastro, ainda mais quando os principais mercados televisivos deixaram de transmitir as corridas da competição.
Redes sociais, a salvação do Grande Circo
Com este cenário e face ao crescente domínio do digital, a salvação do Grande Circo está, em termos de audiência, nas redes sociais, mas Bernie Ecclestone nunca seguiu esse rumo até hoje. Mas desde que a Liberty Media tem os direitos televisivos da F1, o compromisso com estes foi claro e, a julgar pelos resultados de 2017, é efetivo, segundo o periódico espanhol. Em 2017, a comunidade de seguidores do campeonato mundial de F1 em redes sociais aumentou 54,9%, para 11,9 milhões de adeptos.
Entre a primeira liga de futebol espanhola, a Fórmula E, e as principais competições desportivas americanas (NFL, MLB, NBA) foi a F1 que maior crescimento em redes sociais registou. Facebook e Instagram registaram o maior aumento. Só no Instagram, o aumento de seguidores foi de 93%, fixando-se nos 3.8 milhões.
Só o tempo dirá se as redes sociais poderão atrair novos patrocinadores para a F1. Desde a chegada da Liberty, o campeonato ainda não adicionou mais nenhum patrocinador. A Heineken foi o último, em 2016.
Merchandising, o plano B
Sem certezas com o número da audiência global ou com os efeitos das redes sociais, dado o aparente conservadorismo de Ecclestone, sobra o merchandising para gerar receita.
Segundo o “Expansión”, a Liberty Media fechou uma aliança com uma empresa especializada, que até já tinha trabalhado com a Nascar, em 2015. O objetivo é o de criar uma megaloja em cada Grande Prémio da F1, onde os fãs da prova rainha dos automóveis, terão todos os produtos relacionados com os seus pilotos e equipas preferidas à disposição.
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