“Estamos a falar de realidades completamente diferentes. O mercado da Madeira não está influenciado, nem pela liberalização nem por uma política de captação de novas rotas, numa base muito pequena, como é o caso dos Açores”, disse.
Referindo terem os Açores “montado o seu sistema há bem pouco tempo, sendo natural que sofra ajustamento com a dinâmica da procura e da oferta” o governante madeirense sublinhou que a Madeira “é um destino consolidado há muitos anos e por isso que temos 45 companhias a voar para a cá”.
“A decisão da Easyjet não tem qualquer influência no que se está a passar na Madeira. O que estranha o que a notícia ocorre na sequência de outra em que a TAP cancela 16 frequências para os Açores”, disse o governante madeirense.
O Secretário Regional admitiu que “o que está em causa é uma gestão da procura que pode não estar a corresponder ao que era desejado pelas companhias, quando colocaram toda aquela oferta no arquipélago dos Açores”.
“Houve uma aceleração muito grande na captação de companhias que não se deu pela dinâmica da oferta e da procura, deu-se antes à cativação dessas frequências pelos mecanismos que estão disponíveis. Não há companhias que voem com uma ocupação baixa, o mínimo anda nos 80% e no caso das companhias de baixo custo, a necessidade é muito superior, algumas nos 95 ou 98%”, referiu.
Eduardo Jesus reafirmou no debate parlamentar hoje realizado na Assembleia Legislativa que a estratégia madeirense para os transportes aéreos é para ser mantida.
“Mantemos uma oferta muito estruturada. Temos um conjunto de voos charter com tradições antigas, voos regulares e, mais recentemente, as companhias de baixo custo. Este conjunto está equilibrado para a Madeira”, disse.
O governante madeirense afirmou perante os deputados que recusa tratar companhias aéreas de forma diferente: “Não podemos por em causa, à custa de uma negociação, 45 parceiros que temos para este mercado. Mesmo que consideremos que seria ótimo para nós a entrada de um outro operador na linha Madeira-Continente porque significaria maior pressão sobre o preço”.
Recorda-se que foi hoje noticiado que a empresa de aviação irlandesa realizará o último voo entre Lisboa e Ponta Delgada no final de outubro, abandonando esta linha. A Easyjet começou a voar entre Lisboa e Ponta Delgada em março de 2015, dando assim início à liberalização do espaço aéreo açoriano que tem originado níveis muito elevados de ocupação hoteleira em várias épocas do ano.
A Easyjet nega que a companhia saia daquela linha por causa da baixa ocupação dos seus voos mas reconhece que teria de melhorar a oferta o que implicaria o aumento de voos diários entre Lisboa e Ponta Delgada, opção que neste momento não é possível. A companhia tem apenas quatro voos de ida e volta semanas na linha por indisponibilidade de avião.
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