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Portugal no Top 5 dos países europeus que produzem mais energia eólica

O vento representou 10% da energia eléctrica total produzida na UE em 2016. Isto é, cinco vezes mais do que em 2005 (2%). Portugal surge em quinto lugar. Mas uma fonte do setor diz que em Portugal as fontes de produção de electricidade estão desequilibradas.
Fabian Bimmer/Reuters
19 Junho 2017, 16h48

Nos Estados-Membros da União Europeia, a Dinamarca registou, de longe, a maior proporção de vento na produção bruta total de electricidade com 43% em 2016. Foi seguido pela Lituânia (27%), pela Irlanda (21%), por Portugal (20%), pela Espanha (18 %) e pelo Reino Unido (14%), avança o Eurostat.

O gabinete de estatística da UE revela hoje que cerca de 315.000 dos 3,1 milhões de gigawatt-hora de energia bruta gerada em 2016 na União Europeia vieram da energia eólica. Por outras palavras, o vento representou 10% da energia eléctrica total produzida na UE em 2016. Isto é, cinco vezes mais do que em 2005 (2%). Como tal, o vento é a quarta fonte de electricidade da UE, após a energia térmica convencional (49%), a energia nuclear (26%) e a energia hidroeléctrica (12%).

Na lista de países europeus que menos usam a energia eólica estão: Malta, Eslovénia, Eslováquia e República Checa (todos com uma percentagem abaixo de 1%) e muito marginal na Letónia e na Hungria (ambos com 2%). França, Luxemburgo e Finlândia a percentagem ronda os 4%.

Em comparação com 2005, a contribuição do vento para a geração bruta total de eletricidade na União Europeia aumentou em todos os Estados membros que usam o vento como fonte de eletricidade. Os aumentos mais significativos foram observados na Lituânia (de 0% a 27%, + 27 pontos percentuais – p.p.) e a Dinamarca (+24 p.p.), à frente de Portugal (+17 p.p.), Irlanda (+16 p.p.), Reino Unido (+13 p.p.), Espanha e Alemanha (ambos com mais +11 p.p.).

Fonte do sector explicou que o importante é saber em que medida as eólicas estão integradas no conjunto do sistema eléctrico, ou seja, se estão integradas de uma forma equilibrada. Isto é, integrar a produção de energias renováveis e clássicas de tal maneira que não tenhamos dois custos adicionais no sistema.

“Se subsidiamos as eólicas encarecemos a energia, uma vez que estas entram em primeiro lugar na rede de distribuição. A electricidade  tradicional tem de ser mantida em stand by, pronta a intervir, mas parada. As centrais de produção clássica são os bombeiros do sistema, mas passam a maior parte do tempo parado e com um custo”, diz fonte do sector nacional.

“Sabemos estatisticamente quando há vento em Portugal para as eólicas, mas para assegurar a probabilidade, por mais pequena que seja, da falta de vento, temos de manter a produção eléctrica tradicional em stand by e isso tem um custo”, revela a mesma fonte.

“Temos de ver as eólicas e as clássicas, como se combinam, e depois ver como é que a energia produzida por uma e outra entram na rede. A que entra primeiro, a eólica, se está mais cara (por causa do subsídio) o cliente paga mais”, revela a mesma fonte.

“Temos um sistema desequilibrado porque desenvolvemos demais as eólicas”, revela um especialista no sector que defende assim que se devia acabar com os subsídios às eólicas, e ajustar a centrais de produção de electricidade clássica, reduzindo as mais poluentes, como a central carvão de Sines”.

A mesma fonte questiona ainda como será o sistema de produção de energia solar, “é preciso saber se será paga a preços de mercado, ou se as centrais de produção energia solar, vão também ser subsidiadas como acontece nas eólicas, ou se serão objecto de uma compensação com outro nome?”.

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