De acordo com a consultora EY Portugal, estas são as tendências que vão determinar o setor financeiro no próximo ano. A importância da evolução tecnológica vai ter ainda mais expressão neste setor em 2018.
Comoditização dos produtos financeiros
“É cada vez maior a dificuldade para os produtos financeiros se diferenciarem do ponto de vista da utilidade aos olhos do consumidor. Num mercado com custos de mudança reduzidos, os consumidores efetuam as suas escolhas em função da conveniência, produto a produto, e em horizontes temporais de curto prazo. Perspetiva-se que as Instituições Financeiras continuem a responder a este desafio através de ofertas de produtos extremamente direcionados e personalizados, comercializados nos canais de distribuição não presenciais”.
Desintermediação do mercado financeiro
“Diariamente, assistimos à proliferação de novas plataformas digitais que substituem, em parte ou na íntegra, o papel realizado por Instituições Financeiras, contribuindo de forma irreversível para a redefinição da cadeia de valor do sistema financeiro. Estas plataformas interagem diretamente com os clientes finais, facilitam transações e relegam para um plano secundário a interveniência dos tradicionais players de mercado. Constituem exemplos de desintermediação do mercado as plataforma de CrowFunding, Peer-to-peer Lending, Digital Wallets e Marketplaces para captação de depósitos e de financiamento”.
Desenvolvimento de ecossistemas de negócio com FinTechs / InsurTechs
“Se no passado estas entidades eram consideradas como uma ameaça, cada vez mais começam a ser perspetivadas pelas Instituições Financeiras como parceiros de negócio, que viabilizam a comercialização de produtos e serviços inovadores, experiências de utilização personalizadas e a conversão de custos fixos em custos variáveis, escaláveis com o volume de atividade. As motivações de negócio são recíprocas sendo para as FinTechs / InsurTechs aliciante cooperar com Instituições Financeiras no formato de Banking as a Platform (BaaS) ou de Insurance as a Platform (IaaS)”.
Arquiteturas de integração abertas / Open API
“Pela via do desenvolvimento de ecossistemas de negócio com FinTechs / InsurTechs, e pela via do cumprimento de requisitos legais e regulamentares, designadamente os decorrentes da Diretiva Europeia de Serviços de Pagamento (PSD2) e dos Regulatory Technical Standards (RTS), as Instituições Financeiras estão cada vez mais abertas ao exterior e recetivas à disponibilização de serviços para integração aplicacional. As Instituições Financeiras mais audazes não se limitarão à estrita conformidade regulamentar e desenvolverão modelos de negócio que permitam monetizar o investimento em arquiteturas de integração aplicacional abertas, sustentados na troca consentida de informação com Account Information Service Providers (AISP) e Payment Initiation Service Providers (PISP)”.
Computação cognitiva e inteligência artificial
“As Instituições Financeiras, desde sempre, compreenderam o valor da informação e hoje, mais do que nunca, têm ao seu dispor volumes massivos de dados. Apesar da abundância, as técnicas tradicionalmente empregues para processar os dados têm-se manifestado insuficientes para explorar na plenitude o potencial informacional. As tecnologias de computação cognitiva e de inteligência artificial têm contribuído para personalizar as experiências de interação com o Cliente (e.g. chatbots) e para ampliar a capacidade preditiva das organizações através da sua utilização em sistemas de deteção de fraude, sistemas de autenticação biométrica, e em modelos de avaliação de risco”.
Automação Robótica de Processos (RPA)
“A pressão competitiva do mercado, nomeadamente num contexto de taxas de juro muito baixas, penalizam a margem financeira das Instituições e promove a implementação de iniciativas internas de redução de custo. A Automação Robótica de Processos tem vindo a ganhar tração como uma das formas mais eficientes e eficazes para se atingir este fim, sendo particularmente aplicável na substituição do fator humano em processos repetitivos, processos críticos, com reduzida tolerância a erro operacional, ou em processos escaláveis, com necessidades de volume variáveis no tempo”.
Ciberameaças e cibersegurança
“Com a crescente exposição a canais de distribuição não presenciais, web e mobile, assim como com o aumento dos níveis de automação dos processos de decisão, as Instituições Financeiras encontram-se extremamente vulneráveis a ataques cibernéticos. Para fazer face a estas ameaças, e por forma a responderem aos requisitos de supervisão, legais ou regulamentares, entre os quais se destacam os requisitos decorrentes do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) ou do SWIFT Customer Security Program (CSP), perspetiva-se que as Instituições Financeiras reforcem o nível de investimento em serviços e / ou tecnologias de tecnologias de cibersegurança”.
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