A presidente do Banco Central Europeu (BCE) avisou hoje que as taxas de juro deverão voltar a subir em julho. O BCE aumentou hoje as taxas de juro em 25 pontos base para o seu nível mais alto desde 2001.
“Ainda temos caminho a fazer. Se não houver uma mudança substancial, é muito provável que vamos continuar a subir as taxas em julho. Porque estamos determinados em atingir a nossa meta. A não ser que haja uma mudança substancial, vamos continuar a aumentar. Não estamos a pensar em pausar”, disse hoje Christine Lagarde na habitual conferência de imprensa.
“A inflação tem vindo a descer, mas está projetada continuar elevada durante muito tempo. O conselho do BCE está determinado em garantir que a inflação regresse aos 2% no médio prazo de uma forma ordeira. Por isso, decidiu hoje aumentar as três taxas de juro em 25 pontos base”, disse hoje a presidente do BCE.
Christine Lagarde destacou que este aumento reflete a avaliação do conselho do BCE sobre a “previsão para a inflação, a dinâmica da inflação subjacente e a força de transmissão da política monetária”.
A responsável destacou que as subidas passadas de taxas estão a “ser transmitidas forçosamente para as condições de financiamento e estão gradualmente a ter um impacto na economia. Os custos de empréstimos subiram acentuadamente e o crescimento dos empréstimos está a abrandar. As condições de financiamento mais apertadas são uma razão principal porque a inflação está projetada para recuar mais rumo à meta, à medida que deverão afundar a procura”.
Lagarde colocou o seu tom de voz em modo hawkish para anunciar que as decisões futuras vão garantir que as taxas de juro do BCE “vão ser obrigadas a recuar para níveis suficientemente restritivos para atingir um regresso atempado da inflação aos 2%” e que “serão mantidas nesses níveis durante o tempo que for necessário”.
Para isso, o BCE vai tomar medidas com base nos dados que forem saindo para determinar o “nível apropriado e duração da restrição”, destacando a “previsão da inflação à luz dos dados financeiros e económicos, as dinâmicas da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária”.
O Banco Central Europeu atualizou esta quinta-feira as projeções macroeconómicas para este ano e os próximos, revendo tanto a inflação, como o crescimento, em baixa para 2023. A pressão nos preços deve chegar a 5,1% no final deste ano, que fechará com 0,9% de crescimento.
O banco refere que as atualizações de junho levam já em conta “surpresas passadas” do lado da inflação que pressionaram os preços, embora se comecem a denotar “sinais de enfraquecimento” deste lado. A anterior projeção apontava a 5,3% este ano.
Para 2024, a expectativa agora é que o indicador de preços harmonizado (a referência para as instituições europeias) recue menos pronunciadamente, baixando para 3,0% antes de se aproximar do objetivo de 2% em 2025, com 2,3%. Nas anteriores projeções, o BCE antecipava 2,9% no próximo ano e 2,1% no seguinte.
No que respeita ao crescimento, este ano registou um corte de 1,0% para 0,9%, tal como 2024, cuja previsão foi revista em baixa de 1,6% para 1,5%. Para 2025, a projeção de 1,6% manteve-se inalterada.
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