Depois de nova surpresa desagradável com a inflação de maio, que se manteve em 8,7%, o Banco de Inglaterra (BoE) voltou a subir os juros de referência, a décima terceira decisão consecutiva neste sentido. A taxa diretora fica assim definida em 5%, o valor mais elevado desde 2008, com uma subida de 50 pontos base (p.b.) que surpreendeu o mercado.
A decisão de subir juros era já largamente esperada pelo mercado depois de ser conhecida a leitura do índice de preços no consumidor de maio, quando a taxa se manteve invariável em relação aos 8,7% de abril. Ao mesmo tempo, o indicador subjacente voltou a subir, chegando a 7,1%, o mais alto desde 1992.
Ainda assim, a expectativa era de um aumento de 25 p.b., como havia sucedido nas três reuniões anteriores. No entanto, perante uma pressão nos preços persistente e elevada, que tem criado problemas na economia real britânica, o BoE optou por uma subida mais expressiva.
Para as reuniões futuras, os decisores de política monetária garantem que continuarão a subir taxas caso a inflação não dê sinais claros de recuo, reforçando a sua luta contra a pressão inflacionista que tem retirado poder de compra às famílias britânicas.
O Reino Unido encontra-se numa fase muito menos avançada do processo de desinflação que se vai verificando na zona euro e nos EUA, onde o pico do fenómeno chegou a 10,6% e 9,1%, respetivamente, tendo, entretanto, já descido para 6,1% e 4%. Recorde-se que o aperto monetário na economia britânica arrancou há mais de meio ano, tendo sido o primeiro dos grandes bancos centrais ocidentais a subir taxas.
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