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Lagarde: BCE vai manter taxas elevadas durante o “tempo que for necessário”

A líder do BCE discursou hoje no encontro anual do banco central em Sintra, onde voltou a reafirmar que a inflação continua muito elevada.
27 Junho 2023, 09h14

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse hoje que a instituição está preparada para manter as taxas de juro elevadas durante o “tempo que for necessário” muito tempo, até que a inflação desça para níveis mais baixos.

“A inflação na zona euro está muito alta e deverá continuar asssim durante muito tempo”, justificou. A banqueira central discursou no Fórum BCE que está a ter lugar em Sintra até amanhã.

No seu discurso, destacou que a taxa de inflação tem vindo a recuar, mas que não é suficiente, e é por isso que “manter o nível certo e duração vai ser crítico para a política monetária durante o ciclo de aperto”.

A banqueira central garantiu que a sua “intenção” com o discurso não era de “sinalizar decisões futuras, mas destacar os desafios que a política monetária vai enfrentar no futuro”.

Recuando no tempo, apontou que os preços dispararam 11% depois da pandemia, com “cada agente económico a passar o aumento de custos para outros atores”.

Na primeira fase, as “empresas reagiram ao defender as suas margens e passando aumento de custos aos consumidores, numa intensidade pouco habitual, pois as empresas tendem a absorver os aumentos de custos” receando uma quebra na procura. Mas devido às condições especiais (incluindo poupanças acumuladas durante a pandemia) do mercado, as empresas testaram os consumidores “com preços mais elevados”.

“A primeira fase está agora a começar a recuar, graças a preços mais baixos de energia. A inflação desceu 40 pontos percentuais desde o seu pico, está a ser refletida num declinio na inflação principal e em alguns aspetos da inflação subjacente”, sublinhou.

Já a segunda fase está em crescendo. Depois de os trabalhadores terem assistido à queda dos salários reais devido à subida da inflação, “tentam agora recuperar as suas perdas”.

O BCE espera agora que os salários crescam em 14% entre meados de 2023 e o final de 2025, em termos reais. O impacto da subida dos salários na inflação “foi amplificado por um crescimento mais baixo da produtividade” que provocou a subida dos custos unitários laborais

 

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