Philip Lane, economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), alerta que os mercados não devem descontar um corte das taxas de juro nos próximos dois anos, uma vez que a inflação ainda vai demorar a regressar ao objetivo do banco central, de 2%.
Em declarações à “CNBC” durante o fórum do BCE em Sintra, o ex-governador do banco central da Irlanda afirmou que a economia da zona euro está numa “fase de ajustamento”, à medida que sobem as taxas de juro e os salários tentam acompanhar a subida dos preços.
“Penso que o mercado deve questionar-se sobre o timing ou o ritmo de reversão” da política monetária, afirmou Philip Lane, sublinhando que ainda vai demorar até os preços regressarem à meta do BCE.
“Não vamos voltar aos 2% durante dois anos. Faremos bons progressos este ano, especialmente no final do ano, mas [a inflação] não cairá para os 2% em poucos meses”, disse o economista-chefe do BCE.
A posição de Philip Lane vai ao encontro daquela que foi expressada por Christine Lagarde, presidente do banco central, no mesmo evento, sublinhando que o BCE fez um “progresso significativo”, mas ainda “não podemos declarar vitória”.
No início deste mês, o BCE subiu as taxas de juro em 25 pontos base para 3,5%. Agora, Lagarde deixou claro que a entidade que lidera vai voltar a aumentar os juros na reunião de julho perante uma inflação que se mantém elevada.
A taxa de inflação da zona euro situou-se nos 6,1% em maio, abaixo de 7% no mês anterior. A inflação core, que exclui os preços voláteis dos alimentos e energia, é de 5,3% em termos homólogos. Ambos os indicadores mantém-se acima da meta de 2% do banco central.
A subida dos juros em julho é um “facto consumado”, disse Luis de Guindos, vice-presidente do BCE, numa entrevista à “Bloomberg”, esta quarta-feira. Já um aumento em setembro é uma decisão “ainda em aberto”, rematou.
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