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Ucrânia: Alemanha continua relutante em fornecer mísseis de longo alcance

O ministro da Defesa alemão reafirmou hoje relutância em fornecer mísseis de cruzeiro de longo alcance pedidos por Kiev para repelir as forças russas, como fizeram o Reino Unido e França.
Ucrânia
Yehor Milohrodskyi/Unsplash
3 Agosto 2023, 19h24

O ministro da Defesa alemão reafirmou hoje relutância em fornecer mísseis de cruzeiro de longo alcance pedidos por Kiev para repelir as forças russas, como fizeram o Reino Unido e França.

Uma decisão sobre os Taurus, mísseis de cruzeiro ar-terra com um alcance de mais de 500 quilómetros, “não é prioritária”, declarou Boris Pistorius à margem de uma visita a uma brigada de caças na Baviera.

“As objeções [alemãs] são evidentes”, prosseguiu, sublinhando o alcance deste armamento que permitiria às forças ucranianas atacar muito para além da linha da frente do leste da Ucrânia.

Além disso, os Estados Unidos também não estão a fornecer esse tipo de mísseis, acrescentou.

Seguindo os passos do Reino Unido, França anunciou, por seu turno, na cimeira da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), em meados de julho, a entrega à Ucrânia de mísseis franco-britânicos de longo alcance Scalp, designados como Storm Shadow do outro lado do canal da Mancha.

O Ministério da Defesa alemão indicou no final de maio à agência de notícias francesa AFP ter recebido um pedido oficial de Kiev sobre o fornecimento de mísseis Taurus, transportados por caças e fabricados pela empresa germano-sueca com o mesmo nome.

A Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) dispõe de cerca de 600 unidades, 150 das quais operacionais, segundo o deputado liberal Marcus Faber, membro da comissão de Defesa do Bundestag (câmara baixa do parlamento federal alemão).

No contexto da difícil contraofensiva lançada pela Ucrânia contra as tropas russas, o embaixador ucraniano em Berlim reiterou recentemente este pedido e recebeu o apoio tanto da oposição conservadora como dos ecologistas e dos liberais do FDP, membros da coligação governamental do chanceler social-democrata Olaf Scholz.

Mas o partido de Scholz receia uma escalada do conflito com a Rússia no caso de este tipo de armamento ser disponibilizado à Ucrânia.

A Alemanha mantém-se também contra um apoio à aviação militar ucraniana, por exemplo através do fornecimento de caças F-16.

Contudo, o país aumentou significativamente o seu abastecimento de armamento a Kiev nos últimos meses, fornecendo em particular, após muita hesitação, tanques do tipo Leopard.

Berlim “é líder no domínio da defesa antiaérea, do apoio à formação e dos veículos de exploração e blindados e é essa a nossa maior prioridade”, disse Pistorius.

ANC // PDF

Lusa/Fim

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