A tecnológica portuguesa QuantumNova, especializada em cibersegurança pós-quântica, captou dois milhões de euros na primeira ronda de investimento pré-seed. A empresa incubada na Startup Lisboa levantou financiamento de business angels como António Martins e João Pereira, diretor de investimentos da sociedade de capital de risco Portugal Ventures.
A verba será canalizada para o desenvolvimento técnico de produtos e soluções que utilizam criptografia pós-quântica, uma tecnologia que não requer o investimento em hardware quântico. É que esta deep tech tem soluções SaaS – Software as a Service que permitem às organizações transitar de imediato para uma infraestrutura resistente a ataques quânticos.
A computação quântica é uma “máquina” mais rápida a calcular do que os computadores tradicionais – por vezes, até lhes chamam supercomputadores, como o “Deucalion” made in Portugal que foi inaugurado em setembro. Em causa está um equipamento instalado na Universidade do Minho com capacidade para fazer dez milhões de biliões (dez petaflops) de cálculo por segundo e garantir uma performance melhor à informática corporate, da academia, e da Administração Pública.
“A crescente digitalização da economia, a interconectividade de produtos e serviços e o desenvolvimento da Inteligência Artificial aumentam a vulnerabilidade de pessoas e organizações. No entanto, a maior ameaça à segurança dos dados das organizações passa pelo rápido desenvolvimento da computação quântica, que traz consigo desafios inéditos no campo da cibersegurança”, afirma o fundador e CEO da Quantum Nova, em comunicado de imprensa.
Para André Grilo, “a enorme capacidade de processamento dos computadores quânticos pode tornar obsoletos, numa questão de segundos, os protocolos de proteção criptográfica existentes”
A startup fundada em 2023, que terá um expositor na próxima Web Summit, criou uma VPN – Virtual Private Network pós-quântica e um sistema de gestão de bases de dados (DBMS) com proteção pós-quântica – para programadores, analistas e administradores de bases de dados – e também faz auditorias de rede, contratos inteligentes (smart contracts) pós-quânticos para blockchain ou workshops de cibersegurança.
“Preparar as organizações para os desafios desta nova era quântica é urgente e um imperativo que não pode nem deve ser descurado, tanto por gestores como pelos CISO e CIO das organizações, sobretudo daquelas que lidam com informação mais sensível. A ameaça quântica é uma realidade que veio alterar por completo o paradigma da cibersegurança a nível mundial”, conclui o empreendedor e perito em cibersegurança.
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