Simbolicamente, mais de 300 universitários desceram de mala de viagem na mão desde a Estação de Metro da Trindade até à Avenida dos Aliados, para assinalar o Dia Nacional do Estudante, que se celebra dia 24 de Março, domingo.
Nos Aliados, encontram-se fotografias e testemunhos reais, em exposição, de forma a evidenciar a realidade portuguesa da “Geração 30”.
Numa alusão direta à emigração jovem, com uma porta de embarque centrada na avenida, os alunos reivindicam melhores condições durante a frequência do Ensino Superior e após a conclusão dos estudos, destacando ainda o custo da habitação e o estigma associado à saúde mental como principais desafios.
“Os jovens enfrentam um cenário pouco favorável para criar condições de vida em Portugal e o país não acompanhou minimamente a crescente qualificação”, afirma Francisco Porto Fernandes, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), salientando a dura realidade: “Estamos a formar jovens para exportar”.
“Os salários precários”, aliados à perda do poder de compra de 30% dos licenciados, desde 2011, e à saída de casa dos pais, em média, aos 30 anos são “três números trinta que refletem os desafios da nossa geração”, avisa o presidente da FAP.
Francisco Porto Fernandes alerta, ainda para a necessidade de coerência por parte das Instituições de Ensino Superior a bem da saúde mental. “É impossível promover a saúde mental quando os
estudantes enfrentam agendas sobrecarregadas, como por exemplo, quatro exames numa semana ou 12 horas de estágio e aulas por dia”, exemplifica.
Apesar das “adversidades e problemas que os mais jovens enfrentam”, a FAP vê nesta uma “geração que não se resigna” e deixa o alerta: “É imperativo reconhecer a importância do papel dos estudantes na construção de uma educação de qualidade, bem como lutar sempre para que este tema seja uma prioridade do nosso país”.
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