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UBS acredita que bull market do mercado bolsista “ainda tem muito para avançar”

O UBS justifica a continuação do bull market em três fatores: a inteligência artificial (IA), a política de apoio norte-americana, e melhores perspetivas para o crescimento dos Estados Unidos.
Michael Buholzer / EPA
23 Outubro 2025, 10h44

O UBS acredita que o bull market [que se iniciou em 2022 nas contas da organização] que se vive no mercado bolsista “ainda tem muito para avançar”. Devido a isso o banco suíço elevou a classificação que atribui às ações globais, para ‘atraente’, na semana passada. Tal se deve a três fatores: a inteligência artificial (IA), a política de apoio norte-americana, e melhores perspetivas para o crescimento dos Estados Unidos.

O banco explica que o “novo impulso” que existe na inteligência artificial é um dos motivos que justifica a continuação da subida do mercado bolsista. Na perspetiva do UBS as recentes parcerias multibilionárias entre [empresas] hiperescaladoras e as empresas de chips de inteligência artificial [que envolveram Nvidia, OpenAI, AMD] “fortaleceram” a confiança do UBS de que os investimentos em capital (capex) relacionados com a inteligência artificial “excederão as expetativas e permanecerão robustos” durante mais tempo.

“A adoção da inteligência artificial ​​vai além da utilização de chatbots. A expectativa sobre o crescimento da IA ​​​​agêntica — sistemas de inteligência artificial capazes de tomada de decisão e ação autónomas — e da IA ​​​​física, como robôs e veículos autónomos, sustenta o compromisso das grandes empresas tecnológicas com elevados níveis contínuos de capex“, refere o banco.

O UBS salienta que a médio prazo acredita que os anunciados um bilião de dólares (860 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) de capex por parte das empresas em inteligência artificial “poderá ainda ficar aquém” do que parece ser necessário.

“Acreditamos, portanto, que o crescimento do investimento [em inteligência artificial] provavelmente continuará no próximo ano”, sublinha o banco.

O outro motivo para a continuação do bull market, na perspetiva do UBS, está ligado à política de apoio norte-americana. Tal se deve a fatores como a retoma dos cortes de juros da Reserva Federal norte-americana (Fed) que o banco acredita que deve continuar.

“A nossa análise mostra que os cortes de juros em ambientes não recessivos são favoráveis ​​às ações. Para aqueles que se preocupam com os riscos de bolhas, um ponto importante de diferença entre o boom atual e a era dot.com é que a Fed estava a aumentar as taxas em 1999. As políticas fiscais dos Estados Unidos — incluindo medidas como investimentos em capital e gastos em investigação e desenvolvimento (R&D na sigla inglesa), redução de impostos sobre gorjetas e regulamentação mais branda — também deverão proporcionar um impulso modesto aos setores cíclicos à medida que avançamos para 2026”, refere o UBS.

O outro motivo para o UBS acreditar que o bull market deve continuar está ligado à melhor perspetiva de crescimento dos Estados Unidos.

“Dados económicos recentes mostraram que o crescimento dos Estados Unidos superou as expectativas. Na semana passada, o presidente da Fed, Jerome Powell, reconheceu esta tendência, afirmando que a economia dos Estados Unidos “pode ​​estar numa trajetória um pouco mais firme do que o esperado” e que “as pessoas estão a gastar”. As famílias de rendimentos médios e elevados continuam a beneficiar dos efeitos da riqueza e os gastos dos consumidores são resilientes, o que esperamos que sustente os lucros das empresas”, explica o banco.

Banco eleva expetativas de crescimento dos lucros das empresas

Neste cenário o UBS decidiu elevar as suas expetativas de crescimento dos lucros nos Estados Unidos para 2025 e 2026. “Agora, esperamos lucros por ação do S&P 500 [índice bolsista norte-americano] de 275 dólares em 2025 (crescimento de 10% em termos homólogos) e 295 dólares em 2026 (crescimento de 7% em termos homólogos), ambos um aumento de cinco dólares em relação às nossas projeções anteriores”, refere o banco.

Banco recomenda a investidores que revejam alocações

Perante a perspetiva de continuação do bull market nas bolsas o UBS considera que os investidores “devem rever as alocações atuais” em ações e garantir que são “pelo menos consistentes com, ou modestamente superiores, às suas metas estratégicas de alocação” de ativos a longo prazo.

“Se os investidores estiverem atualmente subalocados em ações, acreditamos que devem realocar o excesso de caixa, obrigações ou crédito de alto rendimento para ações”, salienta o banco.

“Acreditamos também que os investidores devem reavaliar as exposições em ações, garantindo um foco adequado nos nossos setores e mercados preferenciais. Preferimos áreas expostas ao crescimento secular, como os Estados Unidos, a China (particularmente o setor tecnológico da China, que classificamos entre os setores mais atrativos do mundo), bem como a tecnologia global, as inovações transformacionais (inteligência artificial, energia e recursos e longevidade) e áreas com catalisadores claros que podem impulsionar aumentos de lucros (Japão e bancos globais).


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