Michael Burry, o investidor pessimista: “Ações da Tesla estão ridiculamente sobrevalorizadas”

O conhecido investidor Michael Burry, famoso por ter ganho cerca de 700 milhões de dólares ao apostar contra o mercado imobiliário norte-americano durante a crise financeira de 2008, voltou agora a sua atenção para a Tesla. Num post na rede Substack, citado pela revista Fortune, afirmou que as ações do fabricante de automóveis estão “ridiculamente sobrevalorizadas” e advertiu que o pacote salarial proposto pelo fundador Elon Musk será prejudicial para os acionistas.

Recentemente, os acionistas da Tesla aprovam plano de remuneração de até 878 mil milhões de dólares (756 mil milhões de euros) para a próxima década, apoiando a sua visão de transformar a fabricante de veículos elétricos numa gigante de inteligência artificial e de robótica – A aprovação surge mesmo após a oposição de alguns grandes investidores, incluindo o fundo soberano da Noruega.

No entanto, Burry estima que a remuneração baseada em ações do fabricante de veículos elétricos dilui a posição dos acionistas em aproximadamente 3,6% ao ano, sem haver recompras que compensem esse efeito. As metas de Musk para a próxima década incluem a entrega de 20 milhões de veículos pela empresa, ter um milhão de táxis robóticos em operação, vender um milhão de robôs e obter um lucro líquido de 400 mil milhões. Para que Musk receba o pagamento, o valor das ações da Tesla precisa subir primeiro de 1,5 biliões para dois biliões; e, por fim, para 8,5 biliões.

A medida do magnata acentua a posição pessimista de Burry em relação às ações tecnológicas com valorizações elevadas. O investidor, que ficou conhecido por prever a crise do “sub-prime” em 2008, revelou posições a descoberto na Nvidia e Palantir. Burry usou a rede social X para aludir à formação de uma bolha no mercado: “Às vezes, vemos bolhas. Às vezes, há algo a fazer. Às vezes, a única jogada vencedora é não jogar”, escreveu. Ao todo, Burry apostou quase 1,1 mil milhões de dólares contra estas duas gigantes tecnológicas, segundo o Financial Times.