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Marcas brancas: Vendas crescem pela primeira vez desde 2012

Portugueses voltaram a comprar mais produtos de marca branca nos três primeiros meses deste ano.
2 Maio 2017, 12h02

Estudo da Nielsen revela um crescimento no consumo das marcas brancas em Portugal, totalizando 34,5% do talão do supermercado. Tal não acontecia desde 2012, onde as marcas brancas representavam 37%, tendo diminuído ao longo dos anos, atingindo uma percentagem de 33,3, em 2016, relata o Diário de Notícias (DN). O relatório é referente aos primeiros três meses do ano.

Ao DN, Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, justifica este crescimento como uma tentativa dos operadores anteciparem a entrada da cadeia espanhola, Mercadona, que vai entrar em território português dentro de dois anos.

Apesar do aumento do consumo destas marcas, as vendas de bens de grande consumo aumentaram 1,6%, totalizando 1841 milhões de euros. Contudo, a época pascal de 2016, que ocorreu no final do mês de março, último mês do balanço trimestral, aumentou 7,2%. Já este ano, considerando que a Páscoa decorreu um mês depois (em abril), foi apontada uma queda de 0,4% face ao mês homólogo, relata o mesmo jornal.

Relativamente ao comércio tradicional nota-se um ligeiro crescimento, completando 8% do consumo total. Os dados estatísticos do comércio tradicional engloba, hoje em dia, as cadeias de lojas alimentares como Amanhecer, Meu Super ou Clarel. Da centena de lojas que a Sonae abriu em 2016, 75 foram para o Meu Super. Já o grupo Auchan avançou que iria investir seis milhões de euros para abrir uma rede de proximidade “My Auchan”.

Face aos produtos, o estudo aponta para um aumento do consumo em todas as secções, salvo mercearia e laticínios (que se mantém estáveis). Deste aumento do consumo dos artigos, destacam-se as bebidas, com um aumento de 4,7%, a higiene do lar, que cresceu 4,3%, e a higiene pessoal, com 3,1%.

E é exatamente nos produtos de higiene pessoal que se aponta um maior crescimento das marcas brancas (8,1%), face ao mesmo período hómologo. Pedro Pimentel, em declarações ao DN, alega se tratar de uma “tentativa clara da distribuição de entrar numa área considerada de especialistas”, com a oferta de novos artigos. Exemplo disso é o Lidl, com a sua marca própria de cosmética, Cien, distinguida pela Deco como marca de qualidade.

“No período de crise, os supermercados apoiaram-se nas promoções, em especial nas marcas de fabricantes. Com uma situação mais desafogada, a preocupação passa a ser a de melhorar a experiência de compra do consumidor, investindo na modernização das lojas e na oferta de produtos melhores e mais atrativos. Porque o consumidor quer ter preço baixo, mas também quer ter escolha”, enfatiza, ao DN, o diretor-geral da Centromarca.

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