A Organização das Nações Unidas (ONU) aconselhou os seus funcionários a não utilizarem as expressões ‘guerra’ ou ‘invasão’ sobre a situação vivida na Ucrânia. Esta informação foi transmitida através de um e-mail interno, informa o “Irish Times” esta terça-feira, 8 de março.
Ao invés, a ONU pede que sejam antes utilizadas referências como “conflito” ou “ofensiva militar” para descrever a invasão da Rússia, numa tentativa de sensibilização política relativa a um cenário que já levou à morte de centenas de pessoas e obrigou dois milhões de ucranianos a sair do país.
Além destas expressões, o organismo liderado por António Guterres proibiu também os seus funcionários de associarem a bandeira da Ucrânia nas suas redes sociais.
No entanto, estas medidas estão a ser vistas com preocupação pelo facto da ONU poder ter receio de ofender a Rússia, país que tem um dos cinco assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Recorde-se que também as autoridades russas não usam a palavra ‘invasão’, usando antes a expressão ‘operação militar especial’.
“Claramente, esta não é uma guerra qualquer, mas uma guerra ilegal de agressão, que deve ser condenada por todos os membros da ONU e pela própria ONU”, afirmou disse Neale Richmond, porta-voz do partido irlandês Fine Gael para os Assuntos Europeus.
Dois dias da Rússia ter invadido a Ucrânia, o regulador dos media, Roskomnadzor ordenou que os meios de comunicação locais não transmitissem reportagens que utilizassem as palavras ‘assalto’, ‘invasão’ ou ‘declaração de guerra’, sob o risco de serem multadas.
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