A subida das taxas de juro deverá abrir caminho ao surgimento de novos seguros PPR com garantias de capital e uma componente de participação nos resultados, num ano de 2023 que, em termos gerais, deverá ser marcado por forte incerteza em relação à evolução da economia e dos mercados financeiros, disse ao Jornal Económico o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), João Galamba de Oliveira.
“Face a toda a incerteza económica, financeira e geopolítica, é muito complicado fazer projeções de como os mercados financeiros vão evoluir em 2023, começou por referir o presidente da associação que representa as seguradoras portuguesas, para de seguida acrescentar: “em todo o caso, no que respeita às rentabilidades de produtos Seguros PPR ligados a fundos de investimentos, esperamos que o seu comportamento acompanhe, genericamente, a evolução dos mercados financeiros”.
“Já no que respeita aos Seguros PPR “tradicionais” – com garantias de capital e/ou taxa e com uma componente de participação nos resultados -, espera-se que, com a subida das taxas de juro, venham, paulatinamente, a ganhar mais espaço na oferta das seguradoras. Pela sua natureza mais conservadora, estes produtos poderão não acompanhar integralmente uma eventual evolução positiva dos mercados, mas, em contrapartida, em cenários mais negativos oferecem aos clientes garantias de capital e/ou taxa”, defendeu Galamba de Oliveira.
Seguradoras continuam a aguardar regras do “PPR europeu”
A APS espera que a atual conjuntura permita avançar com um novo produto de poupança para a reforma europeu (PEPP). A legislação relativa a este produto foi aprovada em março do ano passado, mas continua a aguardar a regulamentação pelo Governo.
“Neste contexto, a APS gostaria de deixar nota acerca da expectativa que o sector segurador tem, de ver aprovadas regras para lançamento de um novo produto europeu de poupança para a reforma (PEPP) que, se incluir um enquadramento fiscal interessante, associado a uma menor liquidez do que a que tem atualmente os PPR, podem não só estimular essa poupança como fazer surgir uma oferta mais interessante em termos de rentabilidade destes produtos”, frisou o presidente da APS.
O exemplo dos PPR, que foram criados durante o mandato de Miguel Cadilhe como ministro das Finanças, tem sido apontado pelo sector como caminho a seguir no lançamento do PEPP.
Os PPR gozaram de significativos incentivos fiscais no seu arranque, mas vários responsáveis do sector têm notado que, com o passar dos anos, estes produtos deixaram de ter incentivos à entrada, para passarem a ter à saída, o que fez com que deixassem de ser encarados pelos aforradores como produtos a manter no lógica de longo prazo.
Já o PEPP poderá ser uma oportunidade para que exista de facto um produto de poupança para a reforma que seja encarado pelos portugueses como um produto de longo prazo, a manter até à idade da reforma.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com