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10 mil incêndios em 10 dias. “Esta história de que a Amazónia está a arder é uma mentira”, defende Bolsonaro

Mesmo com os dados governamentais que oficializam que a época dos incêndios na Amazónia já começou, Jair Bolsonaro nega a existência de novos focos. Segundo os dados do Inpe, num espaço de um ano a desflorestação na Amazónia aumentou 34,5%.
  • REUTERS/Ueslei Marcelino
12 Agosto 2020, 13h28

O presidente brasileiro negou, esta terça-feira, a existência de novos incêndios na floresta da Amazónia, chamando-os de “mentira” apesar de existirem evidências governamentais de que nos últimos dias têm-se registado novos focos.

De acordo com a notícia avançada pela “Reuters”, nos primeiros dez dias de agosto deflagraram mais de dez mil incêndios na floresta amazónica.

“Vocês não acharão nem um foco de incêndio, nem um quarto de hectare desflorestado”, disse o presidente, garantindo que o Brasil consegue proteger a floresta, já que a maioria da sua área se mantém em pé. Além disso, a própria Amazónia é, segundo Bolsonaro, uma área húmida, pelo que não há incêndios.

“Esta história de que a Amazónia está a arder é uma mentira e temos que combater isso com dados verdadeiros”, apelou.

Bolsonaro desafiou os números, mas o seu próprio governo contraria-o com factos. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro (Inpe), uma entidade pressionada por Bolsonaro por apresentar relatórios menos favoráveis sobre a Amazónia, mostram um aumento de 17% no número de incêndios em relação ao ano passado. No espaço de 12 meses, julho de 2019 e julho de 2020, a desflorestação na Amazónia aumentou 34,5%.

Esta não é a primeira vez que Bolsonaro nega as queimas na Amazónia. Relembre-se que no ano passado, várias ONGs, personalidades e líderes políticos, como o presidente francês Emmanuel Macron denunciaram a fraca monitorização da situação naquela floresta e acusaram o presidente de incentivar as queimas em prol da indústria.

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