“São mais de 11 mil participações disciplinares (ordem de saída da sala de aula) em apenas 5,4% da totalidade dos agrupamentos/escolas em Portugal, num universo de 53.664 alunos o que, extrapolando para uma amostragem da totalidade dos agrupamentos/escolas em Portugal levaria a um número de mais de 206 mil participações disciplinares num só ano”, avançou à Lusa Alexandre Henrique, autor do 2.º estudo sobre “Indisciplina em Portugal com dados das escolas” em parceria com a Associação Nacional de Diretores de Agrupamento e Escolas Públicas (ANDAEP) e o responsável do blogue de Educação ‘ComRegras’.
“Estamos perante a ponta do icebergue. O Ministério de Educação e sociedade em geral têm que ter consciência que a indisciplina é um problema recorrente e grave na sala de aula. Basta um aluno para estragar uma aula e nem precisa de insultar ou agredir para que o processo de ensino de aprendizagem seja posto em causa”, alerta Alexandre Henriques.
No novo estudo, a que a agência Lusa teve acesso, lê-se também que o ciclo de ensino onde ocorreram mais participações disciplinares em 2015-2016 é o 3.º ciclo (61,70%), sendo o 1.º ciclo o que menos registos obteve, ficando por 2,13%.
O período letivo, por seu turno, onde ocorreram mais participações disciplinares é o 2.º período (38,30%), entre o Natal e a Páscoa, sendo o 3º período a altura com menos registos de participações disciplinares (2,13%).
Escolas dos grandes centros são as mais “indisciplinadas”
O número de alunos com participações disciplinares num universo de 45 agrupamentos (correspondente a 5,1% da totalidade dos agrupamentos escolares em Portugal), foram 4.417.
O total das “medidas sancionatórias” (suspensão da escola), num universo de 46 agrupamentos foi de 1.496 medidas, tendo a maioria dessas medidas mais graves (1.142) sido cumpridas precisamente através do castigo da suspensão da escola.
O número total das “medidas corretivas” (menos graves) apuradas no mesmo universo dos 46 agrupamentos registados foram 6.541, mas apenas 2.782 desses alunos cumpriram essas medidas corretivas, refere o estudo.
“Foram as escolas dos grandes centros as que apresentaram valores mais elevados de indisciplina” é outra das conclusões do estudo, que refere que entre 2014-2015 e 2015-2016, os dados de indisciplina escolar “subiram em todos os parâmetros”, designadamente na percentagem de alunos com participações disciplinares (de 7,44% para 8,64%), percentagem de alunos com medidas corretivas (de 4,18% para 5,28%), como a percentagem de alunos com medidas sancionatórias (1,96% para 2,28%).
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