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25 Abril: Primeiro-ministro com a casa aberta para simbolizar “o poder em democracia”

Numa tarde de calor, António Costa apareceu nos festejos das comemorações da revolução de 25 de Abril, nos jardins de São Bento, por volta das 15:00, surgindo descontraído, sem gravata e com um cravo vermelho na lapela.
  • Cristina Ferreira
25 Abril 2018, 18h49

O primeiro-ministro defendeu hoje que a abertura ao público da sua residência oficial simboliza a forma como o poder político deve exercer-se em democracia e destacou as preocupações do Governo com a cultura e regiões do interior.

Numa tarde de calor, António Costa apareceu nos festejos das comemorações da revolução de 25 de Abril, nos jardins de São Bento, por volta das 15:00, surgindo descontraído, sem gravata e com um cravo vermelho na lapela.

Nessa altura, já os jardins de São Bento estavam a ser visitados por largas centenas de pessoas, que receberam à entrada as boas-vindas dos gigantones de Viana do Castelo e que, na sua maioria, se concentraram junto à chaimite Bula.

A chaimite Bula é considerada a grande atração deste ano nos jardins de São Bento.

Na tarde do dia 25 de 1974, já na fase final das operações militares, serviu ao capitão Salgueiro Maia para transportar o então presidente do Conselho, Marcello Caetano, para fora do Largo do Carmo, após a rendição das forças fiéis ao regime do Estado Novo.

António Costa foi incentivado por alguns populares para entrar na chaimite Bula, tal como um jornalista que aproveitou para fazer dali um direto televisivo.

Visivelmente bem disposto, o primeiro-ministro recorreu todavia ao humor para afastar a ideia de realizar essa experiência: “Os governantes que entraram ali acabaram mal”, justificou, provocando risos à sua volta.

Perante os jornalistas, o líder do executivo optou por descrever as iniciativas (e os objetivos a elas inerentes) que iriam desenrolar-se nos jardins da sua residência oficial.

“Temos aqui hoje muita coisa, desde música, aos produtos regionais, teatro, artes circenses e uma mostra sobre o nosso património imaterial. Houve a intenção de manifestar a nossa preocupação com as regiões do interior, disponibilizando espaços para a valorização dos seus produtos locais”, declarou António Costa, antes de ter assistido a um concerto de jazz a cargo dos alunos da orquestra do Hot Clube Portugal, que em 2018 comemora 70 anos.

O primeiro-ministro falou igualmente sobre a importância que as comemorações do 25 de Abril nos jardins de São Bento dão este ano, “novamente”, ao património cultural de Portugal, “desde o fado, o cante alentejano, os chocalhos, até aos bonecos de Estremoz”.

“É uma forma de se festejar o 25 de Abril com esta casa aberta, porque é assim o poder em democracia”, acentuou o primeiro-ministro.

Hoje, na residência oficial do primeiro-ministro, está também instalado um espaço em que os visitantes podem contribuir com as suas ideias para o Orçamento Participativo Portugal 2018. Uma iniciativa que coincide com o facto de hoje ser igualmente o último dia do Orçamento Participativo deste ano.

Outra novidade deste ano é a permissão de os cidadãos poderem circular diretamente dos jardins da residência oficial do primeiro-ministro para os da Assembleia da República, que também estão abertos ao público.

No que respeita ao programa de comemorações do 25 de Abril na residência oficial do primeiro-ministro, este ano estão pela primeira vez instaladas várias bancas para a promoção de produtos regionais de Bragança, Torre de Moncorvo, Guarda, Sertã, Abrantes, Arraiolos, Serpa, e São Brás de Alportel.

Em relação ao programa musical, até ao final da tarde poder-se-á assistir a atuações de Aldina Duarte, Ricardo Ribeiro e Filipe Raposo, num espetáculo de tributo a Zeca Afonso, estando ainda previstos momentos musicais pelo projeto En Xada.

Nos jardins da residência oficial do primeiro-ministro, estão ainda patentes mostras da olaria preta de Bisalhães, de Chocalhos e figuras em barro de Estremoz – representantes nacionais do Património Cultural Imaterial da Humanidade.

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