[weglot_switcher]

38% dos restaurantes e bares ponderam avançar para a insolvência

Em dificuldades financeiras, 14% das empresas de restauração inquiridas já efetuaram despedimentos desde que o Estado de Emergência entrou em vigor, a 19 de março, e mais de 24% das empresas assume a incógnita em manter todos os postos de trabalho até ao fim do ano.
4 Setembro 2020, 12h41

A pandemia mudou a forma como se faz turismo no mundo, deixando muitos restaurantes e alojamentos locais dependentes do turismo numa situação económica complicada, enaltecendo a dificuldade em permanecer de portas abertas.

Num inquérito da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), 38% das empresas de restauração e bebidas admitiram que estão a ponderar avançar para insolvência, uma vez que “as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar os encargos habituais para o normal funcionamento da sua atividade”, indica.

Apesar dos portugueses terem optado por realizar turismo interno, o mesmo não chegou e as empresas apontam que a situação financeira se irá “agravar significativamente com a diminuição de férias dos portugueses” durante a época baixa, bem como a menor utilização de esplanadas com o aproximar do outono.

De acordo com o inquérito da AHRESP, “a faturação do mês de agosto foi devastadora, com 70% das empresas a registarem quebras homólogas de faturação acima dos 40%”, sendo que mais de 9% das empresas inquiridas não conseguiram pagar os salários de agosto aos funcionários e 10% só o fizeram parcialmente.

Em dificuldades financeiras, 14% das empresas inquiridas já efetuaram despedimentos desde que o Estado de Emergência entrou em vigor, a 19 de março, e mais de 24% das empresas assume a incógnita em manter todos os postos de trabalho até ao fim do ano.

Também no setor do alojamento turístico o cenário se mostra alarmante. Durante o mês de agosto, cerca de 12% das empresas não registaram ocupação, enquanto mais de 16% apontou que teve uma ocupação máxima de 10%. Também 22% das empresas inquiridas pela AHRESP indicaram uma quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação, uma vez que nos meses de verão, em época normal, se verificam taxas perto dos 100%.

De acordo com o estudo, as empresas do turismo não se mostram animadas com o mês de setembro. Cerca de “24% das empresas não esperam uma taxa de ocupação acima dos 10%, e mais de 17% das empresas perspetivam uma ocupação zero”, indica a AHRESP. Assim, perante este cenário, “16% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade”.

Mais de 19% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em agosto aos funcionários e 8% só o conseguiu fazer parcialmente. Com esta realidade, cerca de 16% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.