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5G. Reino Unido pode afinal deixar Huawei fora da nova rede móvel

A decisão de conceder à Huawei um papel limitado na construção da rede 5G no Reino Unido não está “escrita em pedra” e, de acordo com o ministro da Transição Digital britânico Oliver Dowden, o governo vai publicar no dia 22 de julho uma atualização do posicionamento britânico sobre a empresa.
6 Julho 2020, 18h25

A presença da Huawei no desenvolvimento e implementação da quinta geração da rede móvel (5G) poderá sofrer um novo mudança de rumo. De acordo com a imprensa britânica, sete meses depois de o governo de Boris Johnson ter aberto a porta à Huawei para o 5G no Reino Unido, a empresa chinesa pode ser, afinal, deixada de fora.

A decisão de conceder à Huawei um papel limitado na construção da rede 5G no Reino Unido não está “escrita em pedra” e, de acordo com o ministro para a Transição Digital, Cultura, Media e Desporto daquele Estado, Oliver Dowden, o governo vai publicar no dia 22 de julho uma atualização do posicionamento britânico sobre a empresa chinesa.

A Reuters, bem como os jornais The Sunday Times e o The Daily Telegraph, referem que a atualização do posicionamento governamental sobre a Huawei tem por base um novo relatório da Government Communications Headquarters (GCHQ), a agência de inteligência britânica para a segurança, espionagem e contra-espionagem nas comunicações. Este documento levanta novos receios sobre o risco de permitir a Huawei entrar no 5G britânico face à segurança nacional.

A eventual mudança de opinião britânica surge um dia depois de a Reuters noticiar que a Huawei teria condições para que o Reino Unido continue a permitir o envolvimento da empresa no desenvolvimento do 5G.

O que mudou? O novo relatório vem no seguimento de uma nova restrição imposta pelos Estados Unidos à Huawei, aplicada em maio. A nova regra estipula que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença ou certificação para vender semicondutores fabricados para a Huawei.

Por um lado, a medida permite que empresas nos EUA trabalhem com a Huawei. Mas, por outro, obriga à revisão da estratégia dos Estados perante a Huawei. É o que estará acontecer no Reino Unido: a GCHQ lançou uma revisão sobre a entrada da Huawei em terras de Sua Majestade. E, segundo a imprensa britânica, a nova restrição de Washington vai obrigar a Huawei a usar componentes de origem não certificada e que isso poderá dificultar a tarefa do governo de Boris Johnson em controlar os potenciais riscos

Embora a Huawei negue qualquer acusação e Pequim acuse os EUA de usar leis de segurança nacional para restringir um rival que ameaça o domínio exercido pelas empresas de tecnologia dos EUA, a administração Trump continua a acusar a maior fabricante mundial de equipamentos para empresas de telecomunicações de cooperar com os serviços secretos chineses.

Em janeiro deste ano – mês da confirmação do Brexit – Boris Johnson deu ‘luz verde’ à Huawei, ainda que para um papel limitado, para participar no desenvolvimento do 5G no Reino Unido. Na altura, a decisão originou pressões por parte de Washington e de alguns deputados britânicos para proibir a multinacional chinesa.

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