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900 dias depois, Centeno anuncia formalmente hoje o ‘adeus’ aos pares do Eurogrupo

A corrida oficial à presidência do Eurogrupo irá arrancar esta quinta-feira, com a saída de Mário Centeno, cujo mandato termina a 13 de julho. A ministra espanhola Nadia Calviño é uma das favoritas, mas o ministro luxemburguês Pierre Gramegna, com quem Centeno disputou a segunda volta em 2017, também estará entre os melhores posicionados.
  • Cristina Bernardo
11 Junho 2020, 07h30

O anúncio da saída de Mário Centeno do Governo dita também o fim da presidência portuguesa no Eurogrupo. A decisão será formalizada esta quinta-feira, quando o ministro demissionário reunir com os pares dos países da moeda única e lançar a corrida para a sua sucessão na presidência do grupo informal.

Numa publicação no Twitter, na terça-feira, Mário Centeno frisou que o seu “mandato como presidente do Eurogrupo termina a 13 de julho de 2020” e que esta “quinta-feira, irei informar os meus colegas do Eurogrupo da minha decisão de não almejar um segundo mandato, pois até 15 de junho irei deixar o cargo de ministro das Finanças de Portugal”.

A reunião que arranca às 14 horas de Lisboa tem diversos pontos na agenda, entre os quais o acompanhamento das medidas económicas tomadas no contexto da crise, mas as atenções estarão centradas no anúncio formal de Mário Centeno, numa altura em que já há vários candidatos a posicionarem-se para o suceder.

A ministra espanhola Nadia Calviño é apontada há meses como possível sucessora do homólogo português na presidência do grupo. A imprensa internacional dá nota de que a ministra espanhola é um dos nomes com mais peso, mas também o ministro das Finanças do Luxemburgo, Pierre Gramegna, estará bem posicionado.

Mário Centeno foi eleito presidente do Eurogrupo a 4 de dezembro de 2017, sucedendo a Jeroen Dijsselbloem, numa disputa contra o luxemburguês Pierre Gramegna na segunda volta, da qual se sagrou vencedor, depois da desistência da Letónia e da Eslováquia. Tinha como desafios no mandato de dois anos e meio proceder à avaliação da implementação de reformas estruturais nos Estados-membros, bem como garantir políticas orçamentais sólidas e acompanhamento da situação orçamental da área do euro no seu conjunto, mas propôs-se a avançar na reforça da zona euro e começou a exercer o mandato a 12 de Janeiro de 2018.

Na terça-feira, após o anúncio de que não iria concorrer a um novo mandato para a presidência do Eurogrupo, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, elogiou o desempenho de Mário Centeno enquanto presidente do Eurogrupo, nos últimos dois anos e meio, de quem diz ter “mão firme” e “sempre com o maior interesse europeu em mente”.

“O Mário dirigiu o Eurogrupo com habilidade e mão firme, e sempre com o maior interesse europeu em mente. Elogio-o particularmente por levar a acordos rápidos sobre as ferramentas para a crise do coronavírus para apoiar os nossos países da União Europeia neste momento excepcionalmente desafiador”, afirmou Valdis Dombrovskis ao Jornal Económico.

A posição do vice-presidente executivo da Comissão Europeia foi acompanhada pela posição institucional da instituição. “A Comissão presta homenagem a Mário Centeno pelo importante papel que desempenhou no reforço da resiliência da zona euro como Presidente do Eurogrupo. A sua liderança e experiência ajudaram a zona euro a responder com rapidez, força e de forma coordenada às consequências da pandemia do coronavírus”, afirmou um porta-voz da Comissão Europeia ao Jornal Económico.

A ministra das Finanças espanhola, Nadia Calviño, escreveu numa publicação, no Twitter, “obrigado, caro Mário Centeno, pelo seu excelente trabalho, tanto em Portugal como enquanto presidente do Eurogrupo”. Já o homólogo alemão disse que “Mário Centeno é um bom amigo e eu gostei de trabalhar com ele. Ele fez um trabalho notável enquanto ministro das Finanças de Portugal e enquanto presidente do Eurogrupo. Desempenhou um papel significativo na luta da UE contra a pandemia do coronavírus”, numa publicação no Twitter.

Também o Comissário Europeu da Economia, Paolo Gentiloni, escreveu “Mário, fizeste um excelente trabalho pela Europa”.

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