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“A autonomia falha se não houver um diálogo com a República”, afirma Paulo Cafôfo

Paulo Cafôfo refere que há duas questões importantes de resolver em termos de autonomia: a Lei das Finanças Regionais e a continuidade territorial.
20 Agosto 2020, 07h45

O líder do PS-Madeira, Paulo Cafôfo, esteve em entrevista ao Económico Madeira, onde abordou questões relacionadas com a autonomia e o relacionamento entre o Governo Regional e o Governo da República. O também deputado na Assembleia Legislativa da Madeira sublinhou que “a autonomia falha se não houver um diálogo com a República”.

“Eu tenho defendido sempre que a autonomia tem de ser uma autonomia de resultados, o que significa que temos de passar da guerrilha das palavras para a concretização de fatores, que permitam a médio e a longo prazo que possa deixar de haver este conflito permanente, porque não é possível a autonomia singrar com conflito em permanência. A autonomia é evolutiva e tem que evoluir, mas não pode ser sempre em guerra”, realçou.

Paulo Cafôfo referiu que há duas questões importantes de resolver em termos de autonomia: a Lei das Finanças Regionais e a continuidade territorial. “Nós vamos ser sempre ilhas, nós vamos ter sempre um caráter de insularidade, nós vamos ter sempre handicaps relativamente a outras regiões do Continente, e portanto a questão da continuidade territorial não pode estar dependente nem de governos, seja de que cor política for, nem de Orçamentos”, frisou.

Neste sentido, o socialista destacou que deve haver um plano definido no que diz respeito tanto ao transporte de mercadorias, como no que diz respeito ao transporte de passageiros, seja através de transporte aéreo, mas também a nível de transporte marítimo. “Isso é uma responsabilidade do Governo da República, mas também é uma responsabilidade do Governo Regional, porque nós não podemos dizer que somos autonomistas e esperar que os outros resolvam os nossos problemas. Ser autonomista é também participar neste processo”, realçou.

Paulo Cafôfo reforça que a Região já está geograficamente à margem e que por isso politicamente tem de estar no centro das decisões que lhe dizem respeito. “E isso não é feito”.

Desta forma, o líder regional do PS defende a criação de um mecanismo formal de concertação entre o Governo Regional e o Governo da República. “Nós vemos cimeiras entre países de diversas nações, e não há em termos nacionais um mecanismo onde os governos possam, de um ponto de vista formal, estar sentados, discutir os problemas e arranjar soluções”.

 

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