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Especial 2018: A bolha das criptomoedas vai rebentar?

Esta é a pergunta para um milhão de dólares – ou de euros -, porque estamos a falar de um crescimento mais do que exponencial deste mercado das criptomoedas.
  • Reuters/Benoit Tessier
1 Janeiro 2018, 20h30

No espaço de um ano, a bitcoin, o mais conhecido destes ativos, valorizou-se mais de 1.500% e atingiu uma capitalização de mercado de mais de 250 mil milhões de dólares. Ou seja, cada euro investido em janeiro em bitcoins vale agora 1.500 euros. E é por isto, também, que há quem juro a pés juntos que sim, que este ano rebentará a bolha das criptomoedas, com aparato.

Só que, também neste ano de crescimento estonteante, a primeira divisa digital – ou ativo, porque o debate sobre se estamos em face de verdadeiras moedas é aceso – também deu dois passos importantes, que reforçam o ser estatuto: começou a negociar no mercado de futuros de Chicago (CBOE) e na maior plataforma mundial de derivados, a CME. Para 2018, está planeada a entrada da bitcoin no mercado de futuros da bolsa eletrónica Nasdaq, no que é um passo mais no sentido da respeitabilidade.

Apesar de a entrada em bolsa da bitcoin lhe conferir alguma credibilidade, o CEO e co-fundador do site de informação sobre criptomoedas CrytoCompare, Charles Hayter, escreveu um artigo de opinião garantindo que, “neste momento, o mercado de futuros da bitcoin é essencialmente composto por especuladores e há escassez de investidores naturais, porque a maioria dos traders teria de vender a descoberto (sem deter bitcoin)”. Ou seja, não há oferta suficiente para tanta procura, o que se verificou pela dificuldade do CBOE de manter as negociações no dia de entrada em bolsa da bitcoin.

Outro grande obstáculo da bitcoin será a regulamentação. Numa altura em continua a existir um vazio regulatório sobre estes ativos, vários bancos centrais, reguladores e governos puseram a criptomoeda nas agendas, até pela expressão financeira que estes produtos vão tendo.

Mesmo a portuguesa Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) alertou, no relatório “Risk Outlook” de outono, que a proteção para os investidores em criptomoedas é muito “limitada”, identificando como principais fatores de risco “as falhas de segurança, a fraude, o modelo de negócio e os riscos reputacionais”.

No entanto, os consumidores devem estar atentos principalmente aos “riscos de mercados”, ou seja, à repentina queda no preço, sendo que o Deutsche Bank identificou a bitcoin como uma das maiores ameaças em 2018.

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