O dólar tem andado, desde o início do ano, a reboque das ações de Donald Trump. De cada vez que o presidente dos EUA faz anúncios ou críticas no Twitter, a divisa norte-americana é penalizada e conta já com uma depreciação de 12% face ao euro desde janeiro. Esta segunda-feira foi o despedimento do diretor de comunicação (que tinha sido nomeado há apenas dez dias).
Trump sempre fez questão de dizer desde a campanha eleitoral que queria impulsionar os mercados acionistas e assim tem sido, com as bolsas norte-americanas a ultrapassarem sucessivos máximos. Mas se o Trump rally chega às ações, o mesmo não acontece com a moeda.
A explicação poderá estar relacionada com a incerteza sobre qual será o próximo passo do presidente dos EUA. “A beleza do mercado cambial é que tem um preço relativo. Consegue dizer como é que um país é visto em relação a qualquer outro país”, explica a chefe de estratégia cambial do Credit Suisse, Shahab Jalinoos, em declarações à Bloomberg.
O diretor de comunicação da Casa Branca, Anthony Scaramucci, foi demitido do cargo que ocupou há dez dias, segundo noticiou esta segunda-feira o The New York Times. Esta terá sido a conclusão lógica de um processo que nunca foi bem aceite pelo staff da Casa Branca e que, de acordo com alguns membros da administração Trump, ainda veio tornar mais caótica a situação junto do presidente.
Logo a seguir ao anúncio, o dólar acentuou a queda diária face às pares europeia, britânica e japonesa. A moeda norte-americana segue a depreciar-se 0,7% para 0,84 euros, 0,46% para 0,75 libras e 0,35% para 110.2 ienes.
No final da semana passada, o novo porta-voz da Casa Branca tinha estado envolvido numa polémica devido ao uso de palavras obscenas. Num ataque direto a dois membros da Administração Trump, levou a imprensa norte-americana a falar numa “guerra civil” dentro da equipa que acompanha o presidente dos Estados Unidos.
Até ao momento, não se sabe se Anthony Scaramucci vai deixar a Casa Branca, pelo que a sua continuidade com outras funções ainda é possível. Independentemente do resultado do despedimento, o presságio para o dólar poderá não ser o melhor.
“Vamos continuar a assistir a um contínuo enfraquecimento do dólar”, diz a estrategista de mercados globais da Invesco, Kristina Hooper. “É de um voto de confiança ou de falta de confiança que é dado à economia dos EUA”.
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