Na próxima quinta-feira, dia 30, terá lugar na Fundação Calouste Gulbenkian um evento denominado “Uma noite com ideias à solta”. Em 200 cidades espalhadas pelo planeta oradores de diversas proveniências debaterão sob o tema “Ser e Estar Vivo” (do francês, Être vivant).
Partindo deste conceito geral, em Lisboa, vai falar-se do envolvimento dos cidadãos, de investigação científica, de moral e ética. O que é isso de “Ser e estar vivo” (há três mil milhões e meio de anos)? Qual é o lugar da nossa existência no mundo? Em que medida é que “ser e estar vivo” nos obriga a passar à ação? “Ser e estar vivo” não é também uma forma de agir e de nos comprometermos, dar um sentido aos nossos atos e à nossa existência?
“A Nuit des Idées | Noite das Ideias 2020” é uma iniciativa do Instituto Francês em Portugal, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e contará com a participação de Erik Orsenna, entre outros cientistas, artistas, intelectuais, portugueses e franceses.
Erik Orsenna nasceu em Paris, em 1947. Formou-se em Filosofia e Ciências Políticas e, mais tarde, em Economia. Foi conselheiro cultural do presidente François Mitterrand e, em 2000, foi nomeado conselheiro de Estado. Com o romance “A Exposição Colonial” ganhou o prestigiado Prémio Goncourt. As viagens, o mar e a música têm um lugar essencial na sua vida e nos seus livros.
Eleito para a Academia Francesa em 1998, é autor de uma vasta e diversificada obra, da qual se podem ainda destacar os livros de ensaio sobre a globalização e que são consideradas obras de referência, como “Voyage au pays du coton”, “Sur la route du papier” e “Géopolitique du moustique”, infelizmente sem tradução para português.
Observador atento das convulsões económicas, sociais e ambientais, Erik Orsenna é ainda embaixador da rede internacional do Instituto Pasteur e presidente da Iniciativas para o Futuro dos Grandes Rios.
“A Empresa das Índias”, publicado em português pela Editorial Teorema, é um romance em que Orsenna dá voz a Bartolomeu, irmão mais novo de Cristóvão Colombo. Tendo dado à costa portuguesa, após um naufrágio, Colombo encontra refúgio junto de Bartolomeu, que em Lisboa exerce a profissão de cartógrafo. Durante oito anos vão trabalhar juntos e preparar a viagem sonhada por Cristóvão desde jovem, cruzando-se com um rinoceronte, um fabricante de viúvas, uma professora de aves, uma galinhola, uma prostituta reputada pelas suas orelhas, alguns dominicanos e outras personagens mais ou menos picarescas.
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