Luis de Guindos, vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), adverte que a economia da zona euro apenas irá recuperar em 2021, estimando que a atual crise deverá ter um impacto nas contas públicas nos países da moeda única que os obrigará a necessidades acrescidas de financiamento de cerca de 1 a 1,5 biliões de euros.
“Um valor provavelmente nunca antes visto. Para se financiarem, os Estados também vão emitir dívida pública e é exatamente por isso a ação do BCE, intervindo nos mercados de dívida, procurando evitar a sua fragmentação numa situação extremamente difícil”, disse numa entrevista ao La Vanguardia, publicada este domingo.
O antigo ministro da Economia espanhol, que salienta que “a economia mundial vai entrar em recessão e a economia europeia ainda com mais intensidade”, assinala que a queda do PIB irá depender da duração da paralisação e recorda que as instituições internacionais estimam uma diminuição de dois a três pontos percentuais por cada mês de paralisação.
“Na zona euro, o mais provável é que se registe algum crescimento a partir do terceiro trimestre, mas teremos que esperar até 2021 para ver uma recuperação real da atividade. Em qualquer caso, em 2021, não se compensará toda a queda de 2020”, adverte. “Acredito que a forma da recuperação será entre um V e um U”, acrescentou.
Defendendo que os “níveis de dívida na zona euro são sustentáveis”, o responsável do banco central considera que após a atual crise “as condições económicas vão voltar à normalidade”, garantindo que “em nenhum cenário contemplamos dificuldades com a dívida”.
De Guindos diz ainda que o acordo alcançado pelo Eurogrupo, na sexta-feira, “envia um sinal claro da vontade que os países da zona euro têm em atuar em conjunto”.
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