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“A minha tarefa como presidente do Eurogrupo deverá ser complementar a União Bancária”, diz Centeno

Mário Centeno vestiu não só a pele de ministro das finanças de Portugal mas sobretudo de presidente do Eurogrupo para, num auditório cheio de alunos, reconhecer que a Europa “não estava preparada” para a crise e para os desafios que se insurgiram na sua sequência. “A crise expôs as vulneravilidades da zona euro”, reconheceu.
17 Setembro 2018, 21h04

Dez anos depois do início da crise económica, o ministro das finanças e presidente do Eurogrupo não tem dúvidas: “não apenas devemos fazer mais, como devemos terminar o que começámos com a crise”. Mário Centeno fez um balanço das lições retiradas da crise que teve como marco a queda do Lehman Brothers, numa conversa esta segunda-feira na Universidade Católica, em Lisboa, no âmbito do Dean’s Speaker Series.
Mário Centeno vestiu não só a pele de ministro das finanças de Portugal mas sobretudo de presidente do Eurogrupo para, num auditório cheio de alunos, reconhecer que a Europa “não estava preparada” para a crise e para os desafios que se insurgiram na sua sequência. “A crise expôs as vulneravilidades da zona euro”, reconheceu.
É precisamente este legado que Centeno não quer levar para o futuro e para tal, o caminho será, assegurou, “aprofundar a União Económica e Monetária (UEM)”.
“Estamos atualmente a discutir o aprofundamento da união bancária. A minha principal tarefa como presidente do Eurogrupo deverá ser essa, complementar a União Bancária”, disse. Na mensagem do presidente do Eurogrupo ficou claro que a reforma da zona euro deve ser uma prioridade, reforçando mais uma vez a mensagem que tem vindo a defender. “Instituições incompletas irão dar resultados incompletos”, defendeu.
Considerou que a União Europeia atravessa um momento “único”, de que a saída da Grécia do programa de ajustamento é um exemplo. “Em oito anos esta é a primeira vez em que não temos na agenda das reuniões do Eurogrupo, o programa de ajustamento de um país”, salientou.
Centeno apontou ainda a importância da recuperação na banca, realçando a necessidade da redução do crédito mal parado para “abandonar o legado deixado pela crise”.
“A dívida portuguesa não está a seguir Itália”

O ministro das Finanças explicou ainda que a dívida pública portuguesa não é afetada pela desconfiança dos mercados face a Itália e afirmou acreditar que a pressão sobre aquele país diminuirá quando for conhecida a proposta orçamental para 2019.

“A boa coisa da dívida portuguesa por estes dias é que não está a seguir Itália”, defendeu em resposta à questão de uma estudante, acrescentando ser “um bom sinal de como os mercados avaliam a dívida portuguesa”.

O governante destacou que os juros da dívida portuguesa estão mais próximos dos da Alemanha e de Espanha do que dos de Itália.

Contudo, o também presidente do Eurogrupo disse ainda acreditar que a pressão dos mercados sobre Itália irá diminuir quando forem conhecidos os planos orçamentais do Governo italiano para 2019.

A dívida de Itália esteve sob pressão nas últimas semanas, com aumentos de juros no mercado secundário, perante informações de que poderiam ser postos em causa compromissos europeus sobre finanças públicas com um orçamento com aumento de despesas.

* Com Lusa

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