“O poder da palavra é capaz de vencer a palavra do poder” é uma frase do Professor Adriano Moreira que, tantas e tantas vezes, ouvi nas suas lúcidas e assertivas dissertações sobre o país e o mundo, e onde me inspirei para o mote desta coluna de opinião semanal.

O Sec. XXI deu – por via da incontornável importância das redes sociais – uma contribuição meritória ao poder de opinião dos cidadãos. Opinião essa que não tem fronteiras, imperativos, credos ou condição socioecónomica do emissor. A democratização da opinião é um ganho da soberania popular, mas, necessariamente, também comporta riscos de fiabilidade e deturpação da informação.

Semanalmente tentarei abordar temas políticos ou sociais, nacionais ou internacionais, elogiando ou criticando, mas sempre em consciência com aquilo que me parece ser o mais importante comentar, independentemente do statu quo do politicamente correto.

Quero que fique claro: este espaço de opinião apenas compromete o autor e em momento algum deve ser confundido como um mero meio de difusão de posições político-partidárias.

O poder da palavra é sinónimo de liberdade e de democracia, e eu gosto tanto:)

John McCain. O mundo viu partir o veterano de guerra e político americano John McCain. Uma das frases que retenho de McCain é que “a coragem não é a ausência de medo, mas a capacidade de agir apesar dos nossos medos”. Esta frase simboliza muito daquilo que foi a atitude de desassombro que ele teve perante a vida, escolhendo por vezes o caminho mais difícil e não cedendo ao establishment americano. Esta postura de vida é um traço que marcou pela diferença aquele que detestava o abuso de poder no exercício da política.

John McCain, filho e neto de almirantes – um verdadeiro herói para a grande maioria dos Americanos – foi preso e torturado durante a guerra do Vietname; em 1982 foi eleito para Câmara dos Representantes como republicano, pelo Arizona; e, em 1987, foi eleito Senador tendo sido sucessivamente reeleito. Tentou, por duas vezes, embora sem sucesso, chegar à presidência dos Estados Unidos da América.

Foi assumidamente um grande crítico do presidente Trump e, há uns meses, John McCain fez saber que não queria o presidente no seu funeral, o que demonstra, uma vez mais, a sua frontalidade e honradez.

Não posso, por fim, deixar de destacar positivamente os discursos nas cerimónias fúnebres em Washington de Henry Kissinger, e dos antigos presidentes George W. Bush e Barack Obama, que de forma sentida evidenciaram o homem, o militar e o político extraordinário que foi John McCain.

 

Roman Pilipey/EPA via Lusa

 

Na passada terça-feira, a Google comemorou 20 anos de existência. O motor de busca mais conceituado do mundo, e que é indispensável para qualquer internauta, evoluiu nos últimos anos para o serviço de email, pesquisa de imagens, mapas e a sua mais recente aposta é a inteligência artificial (Google Duplex).

A grande questão é saber: o que será a Google daqui a 20 anos?  Mas mais do que isso, o que representará a Google nas nossas vidas?

Antevejo que a Google, a Amazon ou o Facebook terão uma presença mais material nas nossas vidas e porventura menos virtual.