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A revolução digital que já mudou Portugal

No final da Web Summit, que terminou quinta-feira, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa apelou para que a “revolução digital” vá contra “a onda” da intolerância e lute pela “paz e pela liberdade”. O chefe de Estado foi aplaudido durante 25 segundos quando entrou em palco na Altice Arena.
10 Novembro 2018, 18h00

O fundador da maior conferência de internet do mundo vai mudar-se para a capital portuguesa por, pelo menos, dois anos. No último dia de Web Summit, o irlandês Paddy Cosgrave anunciou aos jornalistas que vai viver com a família em Lisboa e, apesar de os escritórios se manterem em Dublin, antecipou um aumento da atividade em Portugal.

“Não vou dizer que vamos expandir muito os nossos escritórios cá em Lisboa, mas vou certamente passar cá muito mais tempo porque vamos mudar-nos para cá. A minha mulher disse-me ontem à noite”, afirmou Paddy Cosgrave.

Paddy já visitava a cidade de Lisboa mais de 10 vezes por ano. Gosta de experimentar a gastronomia local, jantar no Mercado da Ribeira e passear pelo castelo de São Jorge.

Nasceu numa quinta em Wicklock, formou-se em Dublin, no Trinity College. Estudou gestão, Economia e Estudos Sociais. Ao matricular-se ainda pensou em ser académico ou economista. Desistiu da ideia. Optou por algo menos difícil: empreendedor, segundo disse a um jornal da Faculdade.

Em 2010, tudo mudou e realiza a primeira Web Summit, onde participaram cerca de 400 pessoas. Mais tarde, entendeu que Dublin, capital da Irlanda, não tinha condições para continuar a receber um evento, que juntava milionários, gestores, estrelas da música ou do desporto. Foi assim que chegou a Lisboa.  E os números desta terceira edição não podiam ser mais animadores: 69.304 pessoas de 159 países visitaram a capital. E mais de 1.200 oradores pisaram os 24 palcos do evento. “Estamos muito contentes por estar aqui mais 10 anos”, acrescentou o fundador da Web Summit.

Já a startup inglesa Wayve, que criou um programa para carros autónomos, venceu o concurso para estas empresas em fase inicial na cimeira de tecnologia Web Summit – concorreram 168 companhias de 40 países.

Para a decisão contou, além do veredicto dos jurados, as votações dos participantes no evento, através da aplicação para telemóvel da Web Summit.

A Wayve é uma empresa de fase inicial criada por jovens da instituição inglesa de ensino superior Cambridge University, que desenvolveram um software com inteligência artificial para aplicar em carros autónomos.

No final do evento, que terminou quinta-feira, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa apelou para que a “revolução digital” vá contra “a onda” da intolerância e lute pela “paz e pela liberdade”. O chefe de Estado foi aplaudido durante 25 segundos quando entrou em palco na Altice Arena.

“A revolução digital tem de ser para o diálogo, para a paz. Sei que é difícil, porque esta onda que atravessa o mundo vai durar quatro, seis, oito anos, mas é o oposto da revolução digital, do seu significado”, afirmou, num discurso em inglês.

Para contrariar “a onda que atravessa o mundo”, pediu aos participantes para lutarem “pelos valores, pela liberdade, pelo multilateralismo, pela paz”, concluiu.

 

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