O aviso de quebra nas vendas Apple representa um marco daquilo que poderá ser o final de um ciclo de inovação na eletrónica de consumo e da empresa de Cupertino em particular. A empresa citou a “guerra comercial” com a China como explicação para o desempenho mais fraco, mas basta olhar para a oferta atual e verificamos que os smartphones da generalidade das marcas estão em saldo. Os modelos mais recentes são muito melhores em termos de performance, mas não fazem nada de verdadeiramente diferente do que os aparelhos com dois anos.

A inovação tem sido apenas incremental, o que tem levado o consumidor a alongar os ciclos de utilização ou, dito de outra maneira, a não sentir a necessidade de comprar um telemóvel. Mesmo outros aparelhos, como os smart whatches, parecem ainda ser mais um fenómeno de moda do que uma necessidade.

Vários agentes de disrupção tecnológica como Steve Jobs, Bill Gates ou Andrew Grove estão ausentes, o que leva o ciclo “disrupção-maturidade-declínio” a acelerar. Há vários analistas a prever que o 5G, a realidade aumentada e a inteligência artificial serão os caminhos para a próxima revolução na eletrónica de consumo e, mais uma vez, a transformar a forma como vivemos.