E eis que, a propósito da situação na Venezuela, Portugal foi notícia em todo o mundo por uma situação inusitada: a tentativa, através do Novo Banco, de o governo de Nicolás Maduro transferir para bancos do Uruguai a nada módica quantia de 1.200 milhões de dólares (1,05 mil milhões de euros). Uma operação que o Novo Banco – e muito bem! – terá anulado por afigurar-se uma forma fraudulenta de movimentar os fundos financeiros do Estado venezuelano. Esta revelação, dada pelo deputado e também dirigente do partido venezuelano Primero Justicia, Carlos Paparoni, foi negada pela Embaixada da Venezuela em Portugal, apesar de noticiada pela agência Reuters.

No entanto, para além da divulgação relacionada com esta transferência astronómica, uma outra notícia passou mais despercebida não sendo, no entanto, menos importante: o PCP terá utilizado imagens manipuladas de uma concentração de apoio a Maduro num comunicado emitido esta semana.  Que o PCP recorra a expressões como “presidente fantoche” para adjetivar Juan Guaido, já legitimado pela União Europeia, seria risível não fosse a vergonha alheia. Mas a utilização de imagens manipuladas numa comunicação oficial torna o assunto bastante mais sério.

Entretanto, enquanto o PCP se agarra ao fracassado modelo socialista e chavista de Maduro, as muitas famílias portuguesas que integram a nossa comunidade na Venezuela aguardam que a situação social no país acalme e a economia comece finalmente a dar sinais de esperança para quem trabalha. Na altura em que escrevo, algumas esperanças de conciliação residem na conferência que se realiza no dia7 de fevereiro em Montevideu.

Na capital uruguaia terá lugar a primeira reunião do grupo internacional de contacto sobre a Venezuela, do qual participam a União Europeia e oito de seus Estados-membros incluindo Portugal, juntamente com a Bolívia, Costa Rica, Equador, México e Uruguai. Sendo que, ao mesmo tempo que tal acontece, tanto a ONU como o Papa Francisco se disponibilizam como intermediários para encontrar um ponto comum entre as partes em conflito, procurando terminar de vez com uma situação e um modelo de regime que apenas tem para mostrar recessão económica, inflação, fome, crime e corrupção. O risco de tudo acabar num banho de sangue é enorme.

Aguardemos, pois, os desenvolvimentos futuros. E esperemos que o país coloque um ponto final na sua convulsão coletiva, para bem de todos e – em especial – dos portugueses que lá se encontram. Porém, uma coisa parece ser certa: o futuro da Venezuela deverá ser um futuro sem Nicolás Maduro. E isso, para quem como eu acredita na democracia, no desenvolvimento e na paz social, será uma ótima notícia.

 

 

O anúncio era esperado, mas nem por isso foi menos sentido no seu impacto. A Nissan revelou as suas intenções de abandonar o reforço do investimento no Reino Unido e optou pelo Japão para a produção do novo modelo X-Trail, uma decisão que terá um efeito profundamente negativo na economia britânica e na expetativa dos novos postos de trabalho que iriam ser gerados. Também a Jaguar Land Rover, a Toyota e a Vauxhall expressaram os seus receios de uma disrupção na atividade em consequência de um não-acordo no Brexit. Infelizmente, esses receios parecem ser mais do que justificados.