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Abaixo a ‘ditadura’ dos ecrãs! Maior motor de busca da China aposta na inteligência artificial

O motor de busca chinês quer apanhar os rivais e liderar a próxima revolução tecnológica, a da inteligência artificial. Mas ainda há obstáculos a transpor, como o facto de a empresa não possuir muita informação acerca dos seus utilizadores.
30 Agosto 2017, 15h50

A Baidu, que dá o nome ao maior motor de busca da China, imagina um futuro em que a inteligência artificial tornou obsoletos os ecrãs de computador e telefone. A empresa declara que a revolução da inteligência artificial será a próxima ‘revolução industrial’, ainda que reconheça que já chegou tarde à revolução ‘mobile’.

Um erro que lhe deverá ter custados vários milhões de euros em receitas de publicidade, devido às limitações que os ecrãs dos telemóveis impõem ao número de anúncios apresentados e ao facto de os utilizadores usarem agora as redes sociais para como portais de internet para acesso a conteúdos. A Baidu foi a mais lenta dos três gigantes chineses da tecnologia a criar um ecossistema de aplicações ‘mobile’, o que a deixou atrás da Alibaba e da Tencent. “Algures pelo caminho, a Baidu esqueceu-se de que era uma plataforma de publicidade, como todos os outros gigantes da Internet”, afirma ao Financial Times Philip Beck, um dos primeiros investidores na Baidu e presidente da Dubeta, uma empresa de private equity.

Mas este foi um erro que a Baidu não quer repetir. A empresa aposta na inteligência artificial que quer tornar-se a líder desta tecnologia no Leste, atraindo a si os utilizadores chineses – que formam ma maior população mundial em termos de geração de conteúdos – um recurso vital para a pesquisa em inteligência artificial.

De acordo com o Financial Times, a Baidu tem uma parceria com o Governo chinês para construir o primeiro laboratório chinês de pesquisa nesta área e aumentou o seu orçamento para Pesquisa e Desenvolvimento em 28% face a 2016, para um total de 389 milhões de euros. “O potencial da Baidu no campo da inteligência artificial pode transformar a china”, diz ao jornal Lawrence Burns, gestor de investimentos do fundo escocês Baillie Gifford, que há muito investe na Baidu.

Projetos a avançar
Atualmente, a Baidu está a trabalhar em vários projetos nesta área, incluindo o Apollo, o sistema operativo da Baidu para veículos autónomos. Até ao final do ano, a empresa conta partilhar com os seus parceiros a tecnologia necessária para condução em tráfego urbano e, em 2020, estar já a comercializar veículos totalmente autónomos. Outro dos projetos é o DuerOS, o sistema da empresa chinesa para um assistente virtual, como acontece com o Alexa, da Amazon, tendo como alvo o público que fala chinês, um mercado a que a Amazon e a Google não conseguem servir.

Mas o principal desafio para a Baidu é como financiar a diferença existente entre o futuro que a empresa imagina e o lento desenvolvimento da atual era ‘mobile’. Além disso, à Baidu falta informação. Se é impossível comprar no TaoBao ou enviar mensagem através do WeChat sem uma conta de utilizador, a Baidu não obriga os seus utilizadores a registarem-se, algo que a empresa pretende mudar. No ano passado, a empresa lançou um feed de notícias por baixo da barra de resultados que regista os interesses dos utilizadores e personaliza recomendações, caso os utilizadores se registem.

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