ACAP: Governo deve usar dinheiro do Fundo Ambiental para renovar parque automóvel

O setor automóvel defende que o Fundo Ambiental deve servir para financiar o parque automóvel em Portugal. Para a Associação Automóvel de Portugal (ACAP),  não faz sentido estar a apostar na descarbonização da economia sem incentivar o aumento de carros com motores menos poluentes.

“Os carros com mais de 13 anos deveriam ter um incentivo que viria do fundo ambiental, que tem muitos milhões de euros, para a descarbonização da economia”, disse o vice-presidente da ACAP José Ramos esta quinta-feira.

“Uma fatia do fundo ambiental deveria servir para o incentivo à renovação do parque automóvel”, defendeu o responsável durante a apresentação de resultados anuais da associação.

O responsável criticou o facto do Plano Nacional de Energia e Clima para a próxima década (PNEC 2030) “não prever nenhuma medida para renovação do parque em circulação”. Recorde-se que este plano vai servir de roteiro para Portugal entre 2020-2030 nas questões climáticas e energéticas.

O último programa de incentivo ao abate foi descontinuado em 2010. A ACAP deu como exemplo de sucesso deste programa os 50 mil carros entregues para abate em apenas dois meses em 2009.

Nas contas da ACAP, seria necessário abater 330 mil automóveis em fim de vida por ano para diminuir a idade média do parque em 1 ano. A este ritmo anual, seriam poupados 164 milhões de litros de combustível por ano, e 230 milhões de euros por ano, derivados do facto do parque automóvel português passar a ter carros mais novos, logo com motores mais eficientes.

Recorde-se que atualmente a idade média do parque automóvel em Portugal situa-se nos 12,6 anos no caso de veículos ligeiros de passageiros.

As receitas do Fundo Ambiental têm origem nas licenças de dióxido de carbono (CO2). Este fundo está atualmente a financiar, por exemplo, a expansão do metro de Lisboa.