Catarina Martins reagiu esta quarta-feira, 16 de abril à aprovação dos acionistas da EDP do pagamento de 695 milhões de euros em dividendos.
“Dizem os acionistas da EDP que não teria sentido não receberem os seus dividendos porque a empresa teve lucro. Escondem que estão a distribuir em dividendos mais do que os lucros da própria empresa e não explicam qual é o critério que os leva a achar mais importante distribuir lucros, do que baixar a conta da luz. O que estão a fazer é lucrar com a crise”, afirma a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) na crónica diária “País Ligado”, publicada no esquerda.net.
Catarina Martins refere que a distribuição desta verba é “o equivalente a 10 anos de tarifa social” e acontece apenas “uma semana depois do Parlamento ter chumbado a proposta do Bloco de Esquerda para baixar a conta da luz, alargando a tarifa social da energia a todas as famílias que perderam rendimentos com a crise”.
A coordenadora do BE deixa o alerta para um cenário que se vai repetir em outras empresas nos próximos dias “Dentro de menos de uma semana será a vez da Galp tomar decisões, em cima da mesa está a distribuição de 300 milhões de euros em dividendos. A mesma empresa que acaba de despedir dezenas de precários. Na Jerónimo Martins e na Sonae também se discute por estes dias a distribuição de dividendos”, salienta.
Catarina Martins relembra que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “já veio alertar para os perigos da distribuição de dividendos que põe em causa a sustentabilidade das próprias empresas”, acrescentando que o decreto do Estado de Emergência “dá capacidade ao Governo de travar esta distribuição de dividendos e exigir medidas de sensatez económica. É preciso agir já”.
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