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Ações da Raize já estão disponíveis a novos investidores

Ações no valor de 15% do ‘fintech’ portuguesa ficaram disponíveis a partir desta segunda-feira. A empresa avaliada em 10 milhões de euros torna-se a primeira em vários anos a entrar na bolsa de Lisboa a 18 de julho.
18 Junho 2018, 07h38

A oferta pública de venda inicial (OPV) de 15% do capital da fintech portuguesa Raize começou esta segunda-feira e vai decorrer até ao dia 12 de julho de 2018. Após a operação, a sociedade gestora da maior bolsa nacional de empréstimos a pequenas e médias empresas (PME) irá ser admitida à negociação na Euronext, um momento que é vista com expetativa pelo mercado dada a escassez de empresas portuguesas a entrarem em bolsa.

Vão ser disponibilizadas a investidores de retalho e institucionais, nesta primeira fase, 750,000 ações, que representam 15% do capital. Cada título tem um preço fixo de dois euros, o que avalia a Raize em 10 milhões de euros.

O montante mínimo de uma ordem de compra será de cem euros, ou seja, 50 ações, sendo que caso a procura for superior ao montante da oferta, proceder-se-á ao rateio das ofertas forma proporcional. “Esta medida visa reforçar a liquidez da ação e diversificar mais a base acionista colocando em bolsa até um total de 25% do capital social da Raize”, referiu a empresa em comunicado.

O apuramento dos resultados da Oferta Inicial terá lugar a 13 de julho de 2018, a liquidação das ações irá acontecer a 17 de julho e, no dia seguinte, a Raize entra na bolsa Euronext Access.

Entrada em bolsa acontece a 18 de julho

“Adicionalmente, e após admissão à negociação, serão disponibilizadas ações representativas de 10% do capital durante um período de seis meses”, refere o documento informativo da oferta. “Esta medida visa reforçar a liquidez da ação e diversificar mais a base acionista colocando em bolsa até um total de 25% do capital social da Raize”, explica.

As ações colocadas na oferta são atualmente detidas por grande parte dos atuais acionistas, que incluem os três fundados da empresa (José Maria Rego, Afonso Fuzeta Eça e António Marques). Têm ainda participações a SIMUM SGPS, PARTAC SGPS e a Parinama SGPS (ligadas às famílias Champalimaud e Salvador Caetano) e o investidor Luís Delgado.

“Foi acordado entre os oferentes o estabelecimento de um período de lock-up de seis meses, a contar da admissão, para as ações que não sejam alienadas pelos oferentes nas ofertas”, refere a empresa sobre o processo.

“Contudo, não foi acordado um período de lock-up para acionistas atuais – titulares de 525.000 ações, representativas de 11,50 % (onze vírgula cinquenta por cento) do capital social da Raize – que decidiram não participar nas Ofertas, pelo que se estes acionistas alienarem um número significativo de Ações, o preço de mercado das Ações poderá ser negativamente afetado”, alerta.

Lucros em 2018 e dividendos para 2020

Criada em 2015, a fintech tem crescido em termos de negócio e número de investidores. Têm atualmente mais de 20.000 investidores que usam a plataforma Raize para financiar um universo de milhares de empresas.

“A nossa expetativa é continuarmos a consolidar tanto enquanto veículo de canalização de investimento de particulares e alguns institucionais, como um canal de financiamento das micro e pequenas empresas, com necessidades de financiamento até aos 150 mil ou 200 mil euros. É esse o nosso espaço”, explicou a empresa numa entrevista publicada há duas semanas na edição impressa do Jornal Económico.

Após ter atingido o breakeven na segunda metade do ano passado, no primeiro trimestre de 2018 conseguiu, pela primeira vez, registar resultados positivos. A Raize ainda não distribuiu dividendos desde a fundação, mas admite, no documento informativo da oferta que “é expetativa da sociedade iniciar a distribuição de dividendos em 2020”, o que “ficará dependente das condições que se vierem a verificar”.

A Raize está a trabalhar com os bancos Haitong Bank (Coordenador Global), ActivoBank e Banco Best para a colocação. A assessoria legal da operação foi assegurada pela Uría Menéndez-Proença de Carvalho, na qualidade de assessor legal, e pela PLMJ, na qualidade de assessor legal do coordenador global da oferta.

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