Ações da Uber caem 5% depois de SoftBank vender 1,7 mil milhões de euros da sua participação

As ações da plataforma Uber estão a cair na negociação pré-mercado, depois de surgirem rumores de que a empresa de investimentos em tecnologia SoftBank se prepara para vender cerca de dois mil milhões de dólares (1,68 mil milhões de euros) da sua participação na empresa, avança a “BBC”.

As ações da Uber estão a cair 4,75% para 43,95 dólares, enquanto encerrou a sessão de ontem a subir 0,70% para 46,14 dólares.

Os rumores surgiram depois de ter sido divulgado um relatório da SoftBank, em que a empresa de investimentos está a querer vender um terço das ações que detém na plataforma de ride-hailing. De acordo com a “BBC”, este movimento acontece depois de uma aposta falhada da SoftBank na plataforma chinesa Didi, cuja estreia no mercado americano ficou aquém das expectativas dos analistas.

As autoridades chinesas assustaram possíveis investidores que a empresa de ride-hailing chinesa pudesse vir a ter, com as ações a caírem a pique desde a estreia da Didi, há pouco menos de um mês. Ao vender 45 milhões de ações da Uber, o SoftBank Vision Fund corta significativamente a sua participação na empresa. Este corte deverá servir para recuperar os quatro mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros) perdidos após a aposta na Didi.

No entanto, a “Reuters” conta uma história diferente. De acordo com a agência noticiosa, a decisão da SoftBank não está relacionada com a quebra da Didi, mas pelo facto de ser bom momento para retirar algum lucro com as ações da Uber. Em 2018, a empresa de investimento alocou 7,6 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) na Uber, tendo acrescentado 333 milhões de dólares (280,5 milhões de euros) no ano seguinte.

Atualmente, a SoftBank é a maior acionista da Didi, detendo uma participação superior a 20% na empresa chinesa de ride-hailing. Também a Uber detém uma participação de quase 13% na Didi.

Desde a sua estreia na Bolsa de Valores de Nova Iorque, a 30 de junho, as ações da Didi caíram quase 40%, depois do regulador chinês ordenar que as lojas de aplicações (App Store, Gallery e Google Play) deixassem de oferecer a plataforma de ride-hailing aos consumidores, sustentando que esta recolhia os dados pessoais dos utilizadores de forma ilegal.