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CFP: Administrações Públicas registam excedente orçamental de 179 milhões de euros no primeiro trimestre

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) indica que esta é a primeira vez, desde que há registo, que se regista um excedente orçamental na conta das administrações públicas, devido ao crescimento das contribuições sociais e impostos.
11 Julho 2019, 17h00

As administrações públicas registaram um excedente orçamental de 179 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, segundo um relatório divulgado esta quinta-feira pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP). Esta é a primeira vez, desde que há registo, que se regista um excedente orçamental na conta das administrações públicas, devido ao crescimento das contribuições sociais e impostos.

“No primeiro trimestre de 2019, o saldo das administrações públicas registou um excedente orçamental de 179 milhões de euros, correspondente a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) gerado nesse período”, lê-se no relatório do CFP. Em comparação com igual período do ano passado, este excedente orçamental corresponde a uma melhoria do saldo de 1,4 pontos percentuais do PIB.

A entidade presidida por Nazaré Costa Cabral justifica este resultado com o crescimento da receita das administrações públicas. Entre janeiro e março, a receita total ascendeu a 20.013 milhões de euros, mais 1.164 milhões do que no período homólogo, e superou as previsões do Ministério das Finanças para o conjunto do ano (6,2% versus 4% estimado pelo Governo).

A receita fiscal e contributiva foi responsável por três quartos do crescimento homólogo da receita das administrações públicas no primeiro semestre. O CFP indica que “dois terços do aumento da receita proveniente de contribuições e impostos são explicados pela variação homóloga de 558 milhões de euros da receita fiscal”. Já a receita não fiscal e contributiva deu um contributo positivo de 288 milhões de euros, resultante sobretudo das vendas na Administração Central e Local.

Os impostos indiretos foram os que mais contribuíram para o aumento da receita fiscal nos primeiros três meses do ano, tendo a receita dos impostos diretos sido quatro vezes superior ao previsto pelo Governo, no Programa de Estabilidade (PE) 2019-2023. Também as contribuições sociais cresceram 5,9% em termos homólogos, “traduzindo a dinâmica positiva do trabalho” e ficando 1,6 pontos percentuais acima do previsto pelo Ministério das Finanças.

No relatório, o CFP diz ainda que o crescimento da receita “mais do que compensou o aumento da despesa em termos homólogos”. Embora tenha crescido a um ritmo inferior ao implícito no PE 2019-2023, a despesa pública registou um aumento homólogo de 2,6% entre janeiro e março, tendo ascendido a 19.835 milhões de euros.

“Apesar de os encargos com juros continuarem a contribuir para a redução da despesa (-0,5 p.p. do PIB) e da diminuição homóloga da despesa ao nível do consumo intermédio e das ‘outras despesas do capital’, tal não foi suficiente para equilibrar o aumento registado nas restantes rubricas, sobretudo nas de maior peso e rigidez da despesa pública (pessoal e prestações sociais)”, afirma o CFP.

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