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Aeroporto de Lisboa: ANAC, ANA, NAV e TAP comprometem-se a “mitigar” congestionamento

Entidades envolvidas comprometeram-se “de imediato” a melhorar a articulação operacional dos diversos intervenientes, o procedimento de descolagem, a informação antecipada sobre eventuais perturbações, a agilização dos processos de licenciamento e certificação de pilotos e o reforço do pessoal de apoio nas zonas de maior fluxo de passageiros.
  • Cristina Bernardo
12 Julho 2018, 19h22

O Governo adiantou hoje que as principais entidades que operam no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, comprometeram-se a desenvolver um conjunto de medidas para mitigar o congestionamento da infraestrutura.

O compromisso foi hoje assumido pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), pela ANA – Aeroportos de Portugal, pela Navegação Aérea de Portugal (NAV) e pela TAP, durante uma reunião convocada pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

De acordo com o ministério, as entidades envolvidas comprometeram-se “de imediato” a melhorar a articulação operacional dos diversos intervenientes, o procedimento de descolagem, a informação antecipada sobre eventuais perturbações, a agilização dos processos de licenciamento e certificação de pilotos e o reforço do pessoal de apoio nas zonas de maior fluxo de passageiros.

Adicionalmente, prometeram reforçar os equipamentos, como autocarros e reboques, melhorar o planeamento e gestão de pessoal e equipamentos de reserva, bem como a disponibilizar o sistema de navegação para aterragem em operações de baixa visibilidade (ILS), na pista 03, no final do terceiro trimestre.

“As mesmas entidades vão igualmente realizar, quinzenalmente, reuniões de monitorização da atividade aeroportuária, estendendo a outras entidades os processos de coordenação”, lê-se no documento.

O compromisso anunciado hoje surge numa altura em que o aeroporto de Lisboa tem sido palco de cancelamentos e atrasos de voos.

No início de julho, no parlamento, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que a TAP está a “sofrer dores de crescimento” e a responder a ineficiências operacionais, nomeadamente através da alteração do “processo de instrução” dos pilotos.

O ministro informou que a transportadora criou uma estrutura interna para gerir os cancelamentos de voos e que a Comissão Executiva da empresa já transmitiu ao Governo que “espera estabilizar significativamente a operação”.

Pedro Marques citou ainda dados do Eurocontrol, segundo os quais metade dos atrasos se devem à posição geográfica periférica de Portugal e lembrou os registos de mau tempo, greves e questões laborais em várias companhias.

Além das queixas na página da TAP na rede social Facebook sobre atrasos e cancelamentos, uma passageira pormenorizou, na altura, à Lusa que passageiros de Barcelona (Espanha) estavam a “fazer escalas entre Bélgica e outros países da Europa, entre uma a duas, com o risco de ficarem presos numa das escalas por voos uma vez mais cancelados”.

Sobre este assunto, a TAP informou que, em alguns casos, recorre a voos de parceiros através de outros aeroportos europeus para fazer face ao tráfego da época de férias e aos constrangimentos do aeroporto e controlo de tráfego aéreo em Lisboa.

No final de junho, a Lusa contou mais de 50 cancelamentos nos aeroportos de Lisboa e do Porto, depois de o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), Fernando Henriques, ter informado que no fim de semana de 23 e 24 de junho a TAP tinha tido “mais de 70 cancelamentos”.

Nessa altura, a companhia lamentou os cancelamentos registados na noite de 25 de junho na Madeira e no Porto, enumerando “contingências imponderáveis”, como mau tempo, obras e greve.

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