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Aeroportos de Cabo Verde atingem recorde de 2,7 milhões de passageiros em 2018

A faturação da empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea, que vai ser privatizada, disparou para quase 56 milhões de euros.
14 Novembro 2019, 10h08

Os aeroportos de Cabo Verde registaram um recorde histórico de mais de 2,7 milhões de passageiros em 2018, levando a faturação da empresa pública Aeroportos e Segurança Aérea (ASA), que vai ser privatizada, a disparar para quase 56 milhões de euros.

A informação consta do relatório e contas de 2018 da ASA – empresa cuja atividade de gestão dos aeroportos o Governo cabo-verdiano pretende privatizar ainda este ano -, ao qual a agência noticiosa Lusa teve hoje.

Globalmente, o número de movimento de aeronaves nos aeroportos de Cabo Verde desceu 6% em 2018, para 34.077 aparelhos, mas o número de passageiros aumentou 2%, face a 2017, chegando a 2.702.232.

A ASA refere que o volume de negócios cresceu 14%, chegando a 6.170 milhões de escudos (55,8 milhões de euros) em 2018. A empresa destaca que o crescimento de 2018 foi impulsionado pelo tráfego internacional, que aumentou 5,7%, enquanto o tráfego doméstico diminuiu 4,8%, face a 2017.

“A redução verificada no mercado doméstico deveu-se ao ajustamento do mercado a apenas uma operadora (durante o primeiro semestre de 2017 existiram duas operadoras), tendo afetado negativamente o tráfego de passageiros no mercado doméstico em 2018”, lê-se no relatório e contas da ASA.

A empresa é totalmente detida pelo Estado cabo-verdiano e é detentora desde 2014 de 100% do capital social da CV Handling SA.

O governo cabo-verdiano prevê avançar ainda este ano com o processo de concessão do serviço público aeroportuário, que implicará a privatização da gestão dos aeroportos, mantendo-se na alçada pública a navegação aérea. A posição foi transmitida no dia 16 de outubro pelo ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros cabo-verdiano, Fernando Elísio Freire.

Na véspera, entre outros diplomas, o Conselho de Ministros aprovou o decreto-lei que estabelece as bases da concessão do serviço público aeroportuário, envolvendo os quatro aeroportos internacionais e três aeródromos que estão sob a gestão da empresa estatal ASA. Questionado pela Lusa sobre o assunto, o governante esclareceu que o processo vai decorrer ao abrigo da legislação das privatizações e que é esperada uma decisão ainda este ano.

O objetivo da concessão, apontou, passa por aumentar o número de passageiros, o número de aviões e permitir a transformação de Cabo Verde numa plataforma de tráfego aéreo e uma zona comercial franca e de promoção de turismo de negócios. “O Governo defendeu Cabo Verde como um país que pode e tem todas as condições para ser uma plataforma de tráfego aéreo complementado com uma zona franca comercial e com turismo de negócios”, disse o governante.

A decisão surge depois de concretizada em março a privatização de 51% do capital social da antiga empresa pública Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), atualmente designada Cabo Verde Airlines.

Fernando Elísio Freire explicou que a concessão não abrange o tráfego aéreo, esclarecendo que a empresa ASA será “dividida” em duas partes. A gestão da navegação aérea continuará totalmente a cargo do Estado, enquanto a gestão dos aeroportos será feita em concessão, visando melhorar a sua performance e qualidade.

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