A Turquia, um dos Estados-membros da NATO, atuará em coordenação com a comunidade internacional para o reconhecimento do novo governo no Afeganistão, com certeza liderado pelos Taliban, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavusoglu, mas ressalvando que “precisamos de ver se um governo verdadeiramente inclusivo será estabelecido ou não”.
O ministro revelou ter convidado representantes dos Taliban a deslocarem-se à Turquia antes da tomada de Cabul e enfatizou que a sua decisão reitera o que o presidente Recep Tayyip Erdoğan disse sobre o assunto: que poderia reunir-se com os representantes dos Taliban.
“Temos comunicação por meio de diferentes canais. Temos e devemos estar em contato com Cabul e Doha. No momento, Abdullah Abdullah [representante do anterior governo], Gulbuddin Hekmatyar [líder mujahidin afegão] e o ex-presidente Hamid Karzai, entre outros estão entre esses contactos. Uma comissão começou a negociar para formar um governo. Essa é sua principal prioridade agora”, disse o ministro.
“Espero que cheguem a um entendimento e que haja uma transição pacífica e, ao final, que façam um acordo para o futuro do país”, disse em conferência de Imprensa citada pelos jornais turcos.
Observando que a Turquia esta em negociações com todos os países para garantir que as atitudes e mensagens a serem transmitidas sobre esta questão sejam as mesmas, Çavusoglu disse que “precisamos de ver se um governo verdadeiramente inclusivo será formado ou não. Agiremos em conjunto com a comunidade internacional. As mensagens que daremos e as medidas que tomaremos serão coordenadas”. “Haverá uma reunião de Ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO na sexta-feira, precisamos de coordenar e trabalhar em conjunto com a comunidade internacional. Não seria certo tomar uma decisão agora”.
Por outro lado, o ministro desmentiu que a Turquia se prepare para abandonar o Afeganistão: “as notícias que dizem que a Turquia decidiu não ficar não são verdadeiras, ainda não tomámos nenhuma decisão. Há uma nova situação e devemos esperar até que se forme um governo e então podemos conversar com eles”.
A Turquia, que tem 600 soldados no Afeganistão, ofereceu o envio de tropas para o aeroporto de Cabul após a retirada da NATO e manteve negociações com os Estados Unidos durante várias semanas sobre o assunto.
A Rússia foi mais específica e decidiu desde a primeira hora, ao contrário da maioria dos países, não fechar a sua Embaixada em Cabul. O embaixador russo em Cabul, Dmitry Zhirnov, disse que a Rússia prevê reconhecer um novo governo Taliban e que manteve contactos com várias partes envolvidas no processo.
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