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Agentes de navegação exigem investimentos nos portos nacionais

Rui d’Orey, presidente reeleito da Agepor defendeu hoje que “depois das condições económicas e financeiras da indústria [de transportes marítimos] terem ditado um processo de concentração, será a revolução digital a forçar os próximos passos”.
  • Kim Hong-Ji/Reuters
17 Janeiro 2018, 16h50

O presidente reeleito da direção nacional da Agepor – Associação dos Agentes de Navegação de Portugal, Rui d’Orey, exigiu hoje “a concretização de investimento nos portos portugueses”.

Num almoço de tomada de posse para um novo mandato de três anos à frente da Agepor, que teve hoje lugar em Lisboa, Rui d’Orey assegurou que “estamos alinhados na estratégia que concorre para o investimento nos portos”, porque “só assim se podem continuar a receber os navios cada vez maiores que são colocados nos serviços, só assim se pode fazer parte das cadeias logísticas mais eficazes, só assim seremos capazes de atrair para Portugal investimento e conectividade, só assim iremos melhorar a competitividade externa, a competitividade das nossas exportações e só assim podemos assegurar o futuro da nossa economia, o futuro de Portugal”.

Em jeito de balanço do setor a nível mundial no ano passado, o presidente da Agepor sublinhou que, “em 2017, o mercado recuperou, a sobrecapacidade diminuiu, as novas alianças entraram em funcionamento, e os fretes subiram”.

“O contexto geral melhorou bastante embora as feridas causadas por estes anos [anteriores a 2017] possam deixar marcas que perduram no tempo. Mas há notícias de bons resultados no setor. Sabemos que números positivos trazem a estabilidade, a confiança e a sustentabilidade futura que, afinal, todos desejamos e precisamos”, adiantou Rui d’Orey.

Para o futuro, o presidente da Agepor está disponível para trabalhar com o Governo, em particular com o Ministério do Mar, liderado por Ana Paula Vitorino, no projeto de atrair investimento suplementar para os portos nacionais.

“Para se ver verdadeiramente atrativo num mundo em constante competição não basta ter portos com acessibilidades e capacidade instalada para as necessidades dos navios. É necessário ir mais longe”, alertou Rui d’Orey.

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, não esteve presente neste almoço, tendo-se feito representar.

A revolução digital nos portos

O presidente da Agepor considera que “depois das condições económicas e financeiras da indústria terem ditado um processo de concentração, será a revolução digital a forçar os próximos passos”.

“A revolução digital está a transformar o mundo mas só levemente chegou ao ‘shipping’. Hoje, é trivial comprar um bilhete de avião ‘online’, mas o mesmo ainda não acontece com os fretes marítimos. São realidades diferentes, sobretudo porque a aviação é um negócio maioritariamente ‘B2C’ [‘business to consumer’, ou seja, numa perspetiva de negócios para o consumidor], enquanto o ‘shipping’ é essencialmente ‘B2B’ [‘business to business’, isto é, numa perspetiva de negócio para negócio]. Mas não ficaremos imunes. A revolução digital vai chegar!”, avisou Rui d’Orey.

No entender do presidente da Agepor, “para se ter o pleno êxito nesse campo e ganhar vantagem aos concorrentes, é fulcral que Portugal aposte forte inovando no domínio desta nova economia e continue a simplificar os processos, tornando cada vez mais rápida e transparente a intervenção das várias entidades e serviços públicos afectas ao transporte marítimo, às mercadorias e à logística”.

 

 

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