“Semear inovação, colher grandes resultados” é o mote da startup portuguesa Agroop que pretende ajudar agricultores a monitorizar as atividades no campo e a fazerem contas das despesas com a produção.
Avaliada em mais de 4.5 milhões de euros, a Agroop angariou um pouco mais de 1.3 milhões para arrancar com um projeto em 2014 e hoje já regista poupanças hídricas até 40%.
A app permite que o agricultor faça contas à produção. A Agroop apresenta uma solução combinada de software e hardware (tecnologia IoT), em que o multi-sensor Stoock mede, no campo, parâmetros relativos à cultura (como temperatura e humidade do solo). Os dados são depois enviados para o software Agroop Cooperation, onde o utilizador (agricultores e consultores) pode monitorizar as culturas. Concretamente, pode fazer gestão hídrica, o que permite regar com mais eficácia, analisar meteorologia, criar modelos de risco para prevenir pragas e doenças.
Como o fazem? O co-fundador e CEO Bruno Fonseca explicou ao Jornal Económico.
“Através da nossa tecnologia escalável e combinada, ajudamos os nossos agricultores não só a monitorizar as necessidades de água exatas das suas culturas, como ajudamo-los a prevenir de forma mais eficaz, fatores de risco, nomeadamente pragas, doenças e outros fungos”, explica o CEO.
“Acreditamos que a tecnologia da Agroop irá dar um contributo muito significativo para o aumento geral da produtividade no setor agrícola”, apela o fundador da app que já tem cerca de 1500 downloads.
Nasceu em 2014 e desde então o seu crescimento tem sido notável. Na altura, Bruno Fonseca estava a terminar o seu mestrado em Design de Comunicação na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco e trabalhava como freelancer para uma empresa agrícola.
Enquanto desenvolvia um projeto de rebranding para um agricultor de Idanha-a-Nova, a ideia formou-se. “Fazendo alguma pesquisa de mercado percebi que as maiores empresas no mercado apresentavam ainda modelos de negócio conservadores, tecnologia bastante antiquada e interfaces muito pouco centradas no utilizador”, conta o fundador. “A agricultura terá forçosamente de se adaptar às condicionantes externas e acredito firmemente que a única forma de o fazer é através do uso eficiente das novas tecnologias”.
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No entanto, nem tudo correu como esperado e a primeira vida da Agroop nasceu torta. Estávamos em 2016 e tornou-se necessário reestruturar o produto. Senão inserissem manualmente a informação, numa base diária, o produto não dava os resultados pretendidos e deixavam de ver a proposta de valor.
Em Portugal, a atenção voltada para a economia agrícola tem sido crescente devido à seca extrema, um fenómeno que agrava o abuso excessivo de recursos hídricos. As necessidades de água ocorridas na agricultura, podem ser superiores a 60% do total necessário, enquanto as necessidades de água para consumo humano poderão não chegar aos 10% do total. Mas em 2018, quando instalaram esta nova tecnologia os resultados foram significativos.
De acordo com a startup, com base em testemunhos de utilizadores de norte a sul do país, até ao momento conseguiu-se obter poupanças entre os 32% e os 40%. A Louricoop, uma cooperativa de produção agrícola, foi uma delas que conta que através do multi-sensor Stoock e Agroop Cooperation conseguiu obter resultados. Já a organização de produtores Carmo e Silvério relata que com as quatro sondas da Agroop consegue-se fazer uma melhor gestão da rega e por sua vez alcançar melhores resultados em termos de poupança de água.
Agora a empresa expandiu-se para sete países e neste momento já entraram também em Angola e nos Estados Unidos. O objetivo para 2019 é o de consolidar a presença nos Estados Unidos, Austrália e mercado ibérico.
No futuro e tendo em conta a malha de informação gerada, a Agroop terá condições para construir modelos de produção, gestão hídrica e de previsão de fatores de risco em larga escala, notificando e prevenindo agricultores dentro de zonas de influência, não só em Portugal, mas em todo o Mundo
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