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AHRESP alerta que mais de 45% dos restaurantes têm rendas em incumprimento

Quanto ao alojamento turístico, a AHRESP aponta que “54% das empresas já tentaram reduzir o valor da renda mensal. No entanto, 64% dos senhorios não aceitou qualquer redução. As rendas comerciais pesam, em regra, 20% dos custos de funcionamento. Perante esta situação, 42% dos arrendatários já estão em incumprimento (60% já tem 5 ou mais meses de rendas em atraso)”.
  • Cristina Bernardo
10 Dezembro 2020, 10h45

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) divulgou dados esta quinta-feira sobre restauração, bebidas e alojamento turístico e revelou que 42% dos arrendatários estão em incumprimento.

“Cerca de 29% das empresas explora os seus negócios em espaços arrendados. 54% das empresas já tentaram reduzir o valor da renda mensal. No entanto, 64% dos senhorios não aceitou qualquer redução. As rendas comerciais pesam, em regra, 20% dos custos de funcionamento. Perante esta situação, 42% dos arrendatários já estão em incumprimento (60% já tem 5 ou mais meses de rendas em atraso)”, aponta a AHRESP em comunicado sobre o setor do turismo.

Quanto ao acesso a apoios, nomeadamente do programa Apoiar, ” 65% das empresas referiram não ter apresentado candidatura. Cerca de 32% das empresas refere que, caso não obtenham incentivos a fundo perdido, nos próximos 2 meses não dispõem de tesouraria suficiente para manter os seus negócios”. A AHRESP também prevê que “mais de 18% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade”.

Sobre a faturação das empresas, “39% das empresas registaram perdas acima dos 90%” e como “consequência da forte redução de faturação, mais de 25% das empresas não conseguiram efetuar pagamento de salários em novembro e 9% só o fez parcialmente”.

Restauração e bebidas

Do turismo à restauração, o panorama permanece grave com “40% das empresas a ponderar avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar todos os encargos que decorrem do normal funcionamento da sua atividade”, afirma a AHRESP.

“A quebra de faturação do mês de novembro foi avassaladora: 56% das empresas registaram perdas acima dos 60%. Como consequência da forte redução de faturação, cerca de 16% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em novembro e 15% só o fez parcialmente”, refere a AHRESP sublinhando que “perante esta realidade, 46% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia. Destas, 30% reduziram o quadro de pessoal entre 25% e 50%, e 17% reduziram em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. Cerca de 17% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano”.

Neste sector, o programa Apoiar ainda apoia uma pequena percentagem de empresas, sendo que “46% das empresas referiram não ter apresentado candidatura. Mais de 48% das empresas refere que, caso não obtenham incentivos a fundo perdido, nos próximos 2 meses não dispõem de tesouraria suficiente para manter os seus negócios”.

Ainda no sector da restauração e bebidas a AHRESP informa que “cerca de 78% das empresas explora os seus negócios em espaços arrendados. 62% das empresas já tentaram reduzir o valor da renda mensal. No entanto, 65% dos senhorios não aceitou qualquer redução. As rendas comerciais pesam, em regra, 20% dos custos de funcionamento. Perante esta situação, 45% dos arrendatários já estão em incumprimento (65% já tem 3 ou mais meses de rendas em atraso)”.

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