A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apresentou ao Governo, no final da semana passada, uma proposta de plano para a reabertura faseada dos bares e discotecas, por lamentar que estas empresas ainda se encontrem encerradas. A sugestão da AHRESP foi entregue à secretaria de Estado da Saúde, à secretaria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, bem como à Direção-Geral da Saúde, mas o documento não foi tornado público.
“É indiscutível a importância deste sector, sendo um elemento fundamental para o produto turístico, concorrendo decisivamente para a diferenciação do nosso destino”, alertam os representantes dos restaurantes e empreendimentos turísticos, no último boletim.
Para o advogado e ex-ministro Luís Marques Mendes, o Executivo também cometeu “um erro grave” ao travar os bares e discotecas no processo de desconfinamento, tendo com essa opção enviado um “convite à irresponsabilidade”.
Ontem, no habitual comentário na SIC, defendeu que “era preferível, em alternativa, fazer duas coisas diferentes”. “Primeiro: era preferível um desconfinamento de bares e discotecas devidamente condicionado, com lotação limitada, com regras definidas, com testes à entrada. É preferível abrir com regras do que proibir sem qualquer eficácia. Segundo: era preferível abrir uma linha de vacinação prioritária para jovens acima dos 18 anos, ainda antes do verão, porque esta faixa etária vai ser o grande caso de contágios no verão”, explicou.
“Devem ser estabelecidas, com urgência, medidas específicas para que os estabelecimentos de animação noturna possam reabrir sem colocar em causa a segurança e saúde dos seus clientes e colaboradores. Este setor, que foi forçado a encerrar há mais de um ano, continua sem ter quaisquer perspetivas de reabertura”, havia alertado a associação, em meados de maio.
O verão será sinónimo de desconfinamento na maior parte do país, mas há atividades que continuarão paradas ou limitadas, como é o caso do sector noturno. As discotecas e bares manter-se-ão de portas encerradas, sem perspetivas de abertura.
“Nos meses de julho e agosto há três restrições fundamentais, que continuarão atividades encerradas: os bares e as discotecas, festas e romarias populares, casamentos e batizados, Crismas e outros eventos de natureza familiar, pois terão de respeitar o limite de 50% dos recintos onde se efetuam”, sintetizou o primeiro-ministro, no briefing da reunião do Conselho de Ministros de quarta-feira.
Daqui a cerca de duas semanas, a partir do próximo dia 14 de junho, poderão organizar-se espetáculos culturais até à meia noite. Porém, as salas terão de ter no máximo uma lotação de 50% e se os concertos ou peças de teatro forem na rua terá de haver lugares marcados com o devido cumprimento das regras de distanciamento definidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
O mesmo se passa com o desporto. Os escalões de formação e modalidades amadoras deixam de ter tantas restrições e terão lugares marcados (e, naturalmente, distanciados). Já os recintos desportivos poderão ter 33% da lotação total de adeptos.
Quinze dias depois, a 28 de junho, segue-se a seguinte fase do processo de desconfinamento, que abrange os meses de julho e agosto. Durante este período de verão, as lojas do cidadão deixam de ter marcação prévia e os transportes públicos deixarão de ter restrições na lotação, podendo assim ter todos os lugares ocupados com passageiros.
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