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AIP quer exportações a pesar 80% no PIB português

O projeto PME Connect, lançado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e a Deloitte, visa incentivar a internacionalização das empresas para que, dentro de alguns anos, as exportações pesem cerca de 80% no Produto Interno Bruto (PIB) português.
12 Fevereiro 2019, 14h05

O projeto PME Connect, lançado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP) e a Deloitte, vai pôr cinco grandes players da economia nacional a apoiarem diretamente a internacionalização de cerca de 200 pequenas e médias portuguesas (PME). A AIP e a Deloitte querem incentivar a internacionalização das empresas para que, dentro de alguns anos, as exportações pesem cerca de 80% no Produto Interno Bruto (PIB) português.

O objetivo da AIP e Deloitte é criar uma rede institucional forte, que esteja presente, não só na Europa, mas também em outros mercados internacionais, de forma a incentivar a internacionalização da economia portuguesa. A este projeto juntaram-se a EDP, Sonae, Mota-Engil, Pestana e Tekever, que durante terão como missão ajudar as PME portugueses a exportarem para diferentes mercados internacionais, em setores como a energia, turismo, construção, retalho, defesa e IT.

“Queremos que os grupos fortemente industrializados tirem valor deste projeto e sirvam de alavanca ou porta-aviões para a internacionalização das PME”, explicou o diretor do Departamento de Economia e Inovação da AIP, Paulo Caldas, esta terça-feira, na apresentação do evento Open Days PME Connect. “Queremos ter uma internacionalização sustentada e criar dimensão na economia portuguesa e sustentabilidade. O PME Connect é pioneiro nisso”.

Paulo Caldas lembra que, entre as cerca de 460 mil empresas que existem em Portugal, apenas 23 mil exportam. Dessas, mais de 85% exportam com um volume de negócios inferior a 1 milhão de euros e 78% exportam apenas para um mercado. Tendo em conta estes números, a AIP e a Deloitte querem motivar a aprendizagem das PME com as empresas que triunfaram nos mercados internacionais e se fomente a “passagem de testemunho” de forma a pôr a economia portuguesa a crescer mais.

“Não estamos satisfeitos com o facto de as exportações pesarem apenas 44% no PIB português. A nossa ambição é que as exportações pesem quase 80% no PIB português”, afirmou Paulo Caldas. “Numa economia aberta como a nossa e com necessidade de escalar, o nosso país precisa de ter este objetivo, até porque as empresas portuguesas têm muito valor”.

Ao longo de três dias, entre 20 e 22 de fevereiro, a AIP e a Deloitte promovem os Open Days PME Connect, em parceria com a Casa da América Latina (CAL), da Ordem dos Economistas e da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), onde estarão presentes mais de 80 oradores, que vão falar sobre as suas experiências e as oportunidades de internacionalização para as PME.

No âmbito do projeto PME Connect, a AIP e a Deloitte vai ainda realizar, em março, uma viagem a um país da América Latina para “exemplificar os protocolos institucionais entre as câmaras de comércio e as embaixadas que podem potenciar a cooperação entre as grandes empresas e as PME”. Em abril, a AIP e a Deloitte vão também apresentar, junto da Compete e da AICEP, um projeto conjunto de internacionalização.

Esta é a primeira vez que um projeto que se procura que a experiência internacional e as redes das grandes empresas portuguesas no exterior sejam aproveitadas e potenciadas pelas PME nacionais. Ao todo, este projeto vai abranger cerca de 200 PME e vai incidir sobre mais de uma dezena de países. Estão previstas também várias missões internacionais e a assinatura de vários protocolos institucionais.

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