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Albuquerque agastado com “números de circo” do Governo de Costa

“Como é que um presidente de Câmara vai resolver problemas de âmbito regional”, questionou, esta quinta-feira, o líder do Governo. Também o PSD-Madeira veio a público tecer duras críticas à agenda do encontro de Paulo Cafôfo, amanhã, com o primeiro-ministro António Costa.
12 Abril 2018, 12h35

Miguel Albuquerque voltou a acusar, esta quinta-feira, o Governo de António Costa de estar a agir em função de uma agenda partidária e eleitoral, ao adiar constantemente a resolução de dossiers como o novo hospital, a taxa de juro paga pela Madeira, a dívida fiscal, a mobilidade e os sub-sistemas de saúde.

Desagradado com a anunciada reunião entre Paulo Cafôfo, presidente da Câmara do Funchal, e o primeiro-ministro, encontro que vai colocar em cima da mesa assuntos relacionados com a operação da TAP, a mobilidade, o novo hospital e os juros cobrados à Madeira, o presidente do Governo Regional garante que “os madeirenses não vão ser os palhaços desta história”.

“Agora vamos ter novos números de circo, no âmbito do exercício cinismo e hipocrisia habitual. Um novo número de circo vai ter contorcionistas, malabaristas, engolidores de sapos e, possivelmente, palhaços”, afirmou durante uma visita às obras estabilização do Talude do Massapez, no Porto da Cruz, um investimento superior a meio milhão de euros.

Referindo-se à reunião de Cafôfo em Lisboa, Albuquerque lançou a farpa: “como é que um presidente de Câmara vai resolver problemas de âmbito regional”. O chefe do Executivo social-democrata apela aos madeirenses para que estejam atentos e se questionem se querem ser representados “por pessoas confeccionadas pelo poder central”.

PSD-Madeira fala em “bloqueio unilateral”
Também o PSD-Madeira se pronunciou, esta manhã, sobre a agenda de Paulo Cafôfo. “Quando um presidente de Câmara, em part-time, anuncia ir desentrincheirar as situações bloqueadas em Lisboa pelo próprio Governo da República, depois das sucessivas diligências do Governo Regional e de sucessivas iniciativas parlamentares, algo de muito grave se passa no nosso país”, criticou o secretário geral do PSD-Madeira, Rui Abreu.

Os social-democratas madeirenses liderados por Miguel Albuquerque denunciam o que consideram ser “um bloqueio unilateral” por parte de um Governo da República que usa o dinheiro dos contribuintes portugueses, incluindo dos madeirenses, para beneficiar o representante centralista local”.

Se Albuquerque na qualidade de presidente do Governo Regional fala em circo, o PSD-Madeira prefere o termo “peça de teatro” para classificar a “má qualidade” da performance de Paulo Cafôfo, considerando que “o protagonista em part-time não passa de um actor medíocre que esquece deixas e falha entradas e é por isso que afirma que o Governo da República tem amparado todos os prejuízos com o subsídio de mobilidade, como se os direitos dos madeirenses tivessem a lógica de um negócio ou de um investimento privado cujo objectivo é o lucro”.

Está ao rubro o contencioso entre o PSD-Madeira, o Governo Regional, a Câmara do Funchal e António Costa. Os social-democratas madeirenses desafiam Cafôfo a explicar se vai “ele próprio inscrever as verbas para o hospital no Orçamento do Estado para 2018, pagar as dívidas dos subsistemas de saúde à Região, pagar do seu bolso a revisão do subsídio de mobilidade, assumir o diferencial dos juros da dívida ou da sobretaxa do IRS ou falar com o seu cúmplice de administração na TAP para acabar com as ‘razões operacionais’ da TAP?”.

“Claro que não. E outra coisa não seria de esperar de uma pessoa que mentiu aos funchalenses e que nem as estradas do concelho conseguiu ainda arranjar”, conclui Rui Abreu.

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