A extrema-direita da Alternativa para a Alemanha (AfD) tornou-se o partido mais votado na Turíngia – um estado bem no centro do país, que fazia parte da antiga República Democrática da Alemanha (RDA). É a primeira vez que o partido ganha num estado onde sempre teve uma preponderância evidente. O AfD conseguiu 24% dos votos, deixando o SPD em segundo com 23,4% e a CDU em terceiro, com apenas 16,9%.
A Turíngia tem sido um problema para as forças que tentam manter um cordão sanitário em redor da extrema-direita. De facto, recorde-se que foi precisamente ali que a CDU cometeu o ‘deslise’ de se coligar com a AfD para o governo regional, o que deixou uma parte dos democratas-cristãos à beira de um ataque de nervos.
A própria Angela Merkel foi uma delas, o que a levou a chanceler a rapidamente mandar o partido voltar atrás e manter o distanciamento face aos neonazis. Mas a CDU não conseguiu apenas seguir em frente: os acontecimentos na Turíngia desencadearam uma crise interna nos democratas-cristãos, numa altura em que o partido ainda não tinha consolidado os seus alicerces depois de a chanceler ter-se declarado indisponível para continuar à frente do partido e recandidatar-se a chanceler.
Nada fazia prever que a crise regional resultasse, como acabou por suceder, na demissão da mulher que substituiu Merkel, pois Annegret Kramp-Karrenbauer parecia ser suficientemente consensual e flexível para incorporar todas as tendências no interior da CDU, incluindo a direita ultraconservadora, muito numerosa, por exemplo, na Baviera.
A extrema-direita está também em franco crescimento na Saxónia. Entretanto, o seu líder nacional, Tino Chrupalla (candidato a chanceler por parte da AfD), conseguiu 36,6% dos votos no distrito eleitoral de Gorlitz.
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