O presidente-executivo (CEO) da Altice Portugal acredita que o novo serviço MEO Energia, que combina serviços de electricidade com telecomunicações, vai se transformar rapidamente num dos principais players no mercado da distribuição de electricidade, que é dominado pela EDP Distribuição.
“O nosso objetivo é sermos um player relevante num mercado fragmentado. Sabemos que existe um líder histórico neste setor e este nosso serviço vai concerteza continuar a crescer – aliás, o ritmo de crescimento a que estamos a assistir é impressionante – e ambicionamos que passe a ser relevante dentro de alguns meses, no panorama daquilo que é o ecossistema da distribuição de energia em Portugal”, disse Alexandre Fonseca ao Jornal Económico, sem revelar o montante do investimento realizado neste projeto, nem as metas em termos de receitas e de quota de mercado.
“Acredito que este comercializador, nosso parceiro exclusivo, vai ter uma posição no Top 3 dos comercializadores de energia a nível nacional a breve prazo. Estou certo disso e tenho essa confiança”, salientou o CEO.
O novo serviço será prestado através de uma parceria exclusiva com a PT Live, uma empresa liderada pelo empresário português Sérgio Sousa. Esta empresa, que passará em breve a chamar-se MEO Energia, não pertence ao grupo Altice, mas mantém um acordo de exclusividade que prevê o fornecimento de energia de “fontes 100% renováveis” a clientes do MEO.
O Meo Energia arrancou como um projeto piloto, no final de 2019. “Começamos a testar o mercado e hoje temos já alguns milhares de clientes ligados e ativos a este serviço”, disse Alexandre Fonseca.
Altice quer “capitalizar” base de clientes de telecomunicações
A entrada da Altice no setor da distribuição de energia insere-se na estratégia de diversificação de portefólio, de produtos e de serviços que a operadora liderada por Alexandre Fonseca tem vindo a implementar. Nos últimos anos, o grupo investiu em áreas de negócio como os seguros de equipamentos, serviços financeiros, outsourcing e bilhética, entre outros. Ao mesmo tempo, o grupo tem alienado infraestruturas físicas e outros ativos considerados não estratégicos.
O objetivo da diversificação do portefólio, explicou o gestor, é “capitalizar a enorme base de clientes do MEO”, que, assegurou, “continua a crescer, embora a Altice Portugal já seja líder de mercado”.
Questionado sobre o investimento realizado no novo serviço, Alexandre Fonseca recusou divulgar números, dado que a Altice Portugal apresenta as suas contas trimestrais no final deste mês. Mas defendeu que o investimento em causa foi “importante por apoiar uma empresa portuguesa”.
“É um investimento que não é numa altura qualquer, mas sim numa altura de contracção, numa altura em que muitos estão a ver o que vai dar nos próximos meses. Estamos a investir num empresário português de sucesso”, disse.
“Ainda é cedo para falar de outros cenários, para além daquilo que temos hoje. E o que temos é uma parceria exclusiva com a PT Live, com um tarifário exclusivo para clientes do MEO. É disso que falamos hoje. Cenários futuros serão mera futurologia e portanto a seu tempo analisaremos o resultado desse trabalho e quais os caminhos a seguir”, afirmou o CEO da Altice Portugal.
De momento, o serviço estará disponível apenas no continente, mas a Altice espera que no futuro possa chegar às regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
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